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Channel: UNIVERSO DOS LEITORES
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A poesia da primeira vez, de Stella Maris Rezende

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Ao longo da nossa vida temos diversos dias inesquecíveis e marcantes, mas sem dúvida guardamos com mais carinho os momentos em que as coisas acontecem pela primeira vez: o primeiro dente, o primeiro passo, a primeira palavra, o primeiro dia na escola, o primeiro livro lido, o primeiro amigo, o primeiro beijo, o primeiro amor... 

Tudo que é novo, seja lá o que for, nos instiga e aguça nossas emoções mais variadas, que se refletem de formas diversas. É exatamente sobre a magia do desconhecido que Stella fala nesse livro! 
Nossa protagonista, a querida Pequenininha, que de tão pequena passou a ser chamada dessa forma e esqueceu seu nome verdadeiro, tem dois grandes prazeres: brincar de estátua e descobrir palavras novas. Com isso, cheia de imaginação e doçura, a cada vez que escuta uma nova palavra, fica petrificada como uma estátua e encantada pela "poesia da primeira vez".
Ao longo da sua vida, nem sempre fácil e feliz, ela opta por prestar atenção nos pequenos detalhes e aproveitar cada descoberta e cada aprendizado... 

"Ela adorava ouvir uma palavra pela primeira vez.
Ficava paradinha na postura.
Numa espécie de feitiço.
Nem piscava os olhos."

Certo dia, um fato surpreendente e inesperado acontece e Pequenininha, de forma inexplicável, se torna uma estátua. Ora, mas por qual motivo se ela não havia escutado uma nova palavra? Pelo simples fato de que aos 8 anos de idade conseguiu comprovar a existência de um grande sentimento, o da amizade
Minhas Impressões:

Quanta delicadeza... Quantos ensinamentos...

Em poucas palavras e com a maestria que lhe é peculiar, Stella construiu uma história sobre descobertas, sobre a importância das palavras e do conhecimento, mas também sobre a magia da vida, que de fato está nos pequenos detalhes e na possibilidade de aprender algo novo a cada dia.

A protagonista, tão nova e rodeada de problemas, é um exemplo de que a vida tem a cor que a gente pinta. Sem condições de ter muitos brinquedos, ela brinca sozinha e se diverte com as suas descobertas, encontrando nas palavras um conforto capaz de lhe deixar paralisada como estátua.
Tem coisa mais gostosa na vida que se encantar pelo novo e se interessar por pequenos detalhes? Acredito que não... Principalmente quando os detalhes são a capacidade de aprender e de sentir... 

Acontece que o livro encanta não só pela mensagem que passa, como também pelo capricho com o qual foi escrito. Dá para perceber ao longo da leitura que cada palavra foi pensada e repensada, escolhida com carinho e atenção para tornar a história rica e especial. 

Stella é incrível, escreve de forma deliciosa, usando e abusando da imaginação! Não é atoa que seu nome significa "estrela", afinal, ela tem talento para brilhar, brilhar e brilhar...

Também preciso destacar o trabalho do ilustrador Laurent Cardon! Os desenhos são notáveis, com cores singelas e ao mesmo tempo intensas, que foram utilizadas com muito charme e bom gosto, conferindo um toque especial para a história!
Confiram... Encantem-se... Presenteiem... Como eu sempre digo, não existem livros para crianças e para adultos, mas sim livros para leitores que apreciam a literatura em todas as suas formas e possibilidades infinitas! Sendo assim, recomendo para todas as idades!

Ah, se quiserem saber mais sobre a escritora e os seus livros, podem acessar o site dela. Tem muita coisa boa por lá! 

Confiram resenhas de outros trabalhos de 
Stella Maris Rezende clicando aqui.




Contos de Imaginação e Mistério, de Edgard Allan Poe

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"Não fui o que os outros foram
Não vi o que os outros viram
Mas por isso, o que amei,
amei sozinho." 
(Edgar Allan Poe)

“Contos de Imaginação e Mistério”é um livro incrível, publicado da Editora Tordesilhas, impresso em capa dura, com ilustrações maravilhosas, e que reúne 22 das grandes e inesquecíveis histórias de Edgard Allan Poe, conhecido como o mestre do suspense e do terror.

Com cenários sombrios, marcados por mistérios e acontecimentos sobrenaturais e inimagináveis, as histórias deste livro nos transportam para a mente do escritor de forma tão intensa que é simplesmente impossível parar de ler. 
Um aspecto interessante é que todas as narrativas são feitas em primeira pessoa, o que causa uma aproximação com cada personagem, conferindo veracidade aos acontecimentos e aos dramas vivenciados, por mais ilógicos e inimagináveis que eles sejam. 

A sensação que fica é a de que os protagonistas variam entre a lucidez e a loucura, os sentimentos se confundem, são depressivos e pessimistas, condizentes com as descrições acerca da personalidade do próprio escritor. 
As descrições são detalhadas, os textos são inteligentes, repletos de mistérios e possuem um vocabulário diferenciado e estiloso. É preciso destacar que em alguns contos o final permanece em aberto, instigando a imaginação do leitor e demonstrando a capacidade do escritor em construir histórias que transcendem a uma única hipótese e a uma ideia fechada. 

Entre os diversos contos do livro, os mais famosos são “O Assassinato da Rua Morgue”, “O Poço do Pêndulo” e “O Gato Preto”. Porém, todos eles são igualmente incríveis e se destacam em algum ponto específico.

Um que chamou a minha atenção de forma particular e que eu li e reli algumas vezes antes de passar para o próximo foi o intitulado "Os fatos do caso do sr. Valdemar". Nele, Poe narra a história de um homem, o Sr. Valdemar, que passa por um processo de hipnose ou mesmerização, vivenciando um estado de morte. As descrições são tão reais e tão intensas que cheguei ao ponto de questionar a veracidade das mesmas. 
Esse foi o primeiro livro de Poe que eu li e sem dúvida já está entre um dos meus livros preferidos. A sua capacidade narrativa e a grandeza da sua mente são perceptíveis em cada parágrafo, cada diálogo e cada descrição! Sem dúvida um escritor habilidoso e perspicaz, que merece a fama que tem...
Li diversas opiniões sobre a sua obra, mas a de Arthur Conan Doyle, criador do incrível Sherlok Holmes, condiz perfeitamente com a minha impressão:

“Cada um dos contos policiais de Poe é uma raiz, da qual desabrocha uma literatura inteira... O que eram os contos policiais antes que Poe aparecesse e soprasse vida neles?"



Princesa adormecida, de Paula Pimenta

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Áurea Roseanna Bellora é filha da brasileira Doroteia Lopes com Stefan Bellora, primo do príncipe de Liechtenstein. Seus pais se conheceram quando Marie Malleville levou Stefan para uma degustação no curso de culinária que fazia em Paris e apresentou sua colega de turma Doroteia. Eles se apaixonaram, se casaram e tiveram uma linda filha. Mas não foram felizes para sempre, pois Marie Malleville não se conformou com a união e sequestrou Áurea no dia de seu batizado, quando a criança tinha apenas nove meses. Mesmo a menina tendo sido encontrada sã e salva, os pais passaram a viver sob ameaças da francesa e decidiram enviar a filha aos cinco anos de idade para viver com os tios (três solteirões convictos) no Brasil e para que sua identidade fosse preservada, Áurea passou a ser chamada por Anna Rosa Lopes.
Os tios de Rosa a criaram debaixo de uma exagerada proteção e não permitiam que ela se relacionasse com ninguém. Quando criança eles contaram para a garota sobre seu rapto e o porquê de ela viver longe dos pais, mas com o passar do tempo, já adolescente, Rosa passou a achar que aquilo era apenas mais uma história como as várias que seus tios contavam para ela através dos livros que liam. 

"(...) aquela antiga história do sequestro me parecia cada vez mais irreal, e eu comecei a achar que talvez pudesse ter sido fruto da minha imaginação infantil ou uma invenção dos meus tios para me distrair. Apenas uma fábula, como tantas outras que eles me contavam. Com o tempo, acabei criando outra versão dos fatos na minha cabeça."

Aos onze anos ela foi enviada para um colégio interno só de garotas e voltava para a casa dos tios apenas aos finais de semana. Foi no colégio que ela fez amigas verdadeiras que começaram a apresentar-lhe o mundo, embora os tios não permitissem que Rosa as acompanhasse em qualquer tipo de passeio.
Um dia, de maneira inusitada, um garoto entra em sua vida, mas eles não conversam pessoalmente e sim através de mensagens de texto no celular. E assim, Rosa descobre o amor, mas muita coisa ainda acontece para impedir que sua história tenha um final feliz.

"(...) isso que eu estou sentindo é uma euforia louca que me dá vontade de sair dançando pelos corredores da escola... Mas ao mesmo tempo esconde uma tristeza sutil, que parece morar no lugar mais fundo do coração. E isso tudo me faz sorrir e chorar, por ser tão bom e tão dolorido ao mesmo tempo. Dá pra entender?"

Qualquer semelhança com algum conto de fadas não é mera coincidência. Princesa adormecida é uma releitura totalmente moderna do conto A bela adormecida. Paula Pimenta introduz cada detalhe da história original de forma totalmente diferente, com sacadas muito boas, como o fato de as três “fadas madrinhas” serem apresentadas como três homens, os tios de Rosa. 
Os personagens são bem construídos, com características típicas dos adolescentes atuais. O “príncipe” é um capítulo à parte, completamente fofo e certamente capaz de fazer todas as leitoras suspirarem. 

A diagramação do livro é encantadora! As mensagens de texto veem em forma de balõezinhos de diálogo e quando no decorrer da narrativa há alguma carta ou bilhete, a fonte é diferente, como se fosse mesmo um manuscrito.
A capa também é linda, além de ter tudo a ver com a história. Com certeza todos os fãs da autora vão ficar completamente apaixonados por mais esse livro.



11 Bordões do universo geek/nerd

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A cultura geek está ganhando cada vez mais força, para a alegria dos fãs de quadrinhos, gamers, filmes, séries e livros, criando cada vez mais adeptos em todo mundo.


Selecionamos para vocês alguns dos mais famosos bordões geeks, que representam referências a alguns filmes e livros do mundo nerd. Confiram!



"MAY THE FORCE BE WITH YOU"
"QUE A FORÇA ESTEJA COM VOCÊ!"- Star Wars


"MY PRECIOUS"
"MEU PRECIOSO" - O Senhor dos Anéis



"DON'T PANIC"
"NÃO ENTRE EM PÂNICO" - O Guia do Mochileiro das Galáxias






"LONG AND PROSPEROUS LIFE"

"VIDA LONGA E PRÓSPERA" -Star Trek



"BAZINGA"
The Big Bang Theory

"I'LL BE BACK"
"EU VOLTAREI"- O Exterminador do Futuro

"YOU SHALL NOT PASS"
"VOCÊ NÃO PASSARÁ"-  O Exterminador do Futuro

"TO INFINITY AND BEYOND"


"AO INFINITO E ALÉM"- Toy Story


"WONDER TWINS POWER, ACTVATE!"
"SUPER GÊMEOS, ATIVAR!"


   "TAKE YOUR STINKING OFF ME, YOU DAMN DIRTY  APE"
"TIRE AS MÃOS DE MIM SEU MACACO IMUNDO" - Planeta dos Macacos

"I AM YOUR FATHER"
"EU SOU SEU PAI"- Star Wars



Espero que tenham gostado da seleção de bordões geek's! Até a próxima! 



Por trás das câmeras de Game Of Thrones

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Confira uma sequência de imagens que lhe dará uma pequena noção do que acontece na gravação de um episódio de Game of Thrones.










































Teoria x prática

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Olá, leitores!

Em um passeio a uma livraria, já repararam na quantidade de títulos com teorias para tudo? Teoria para ser feliz, para ficar rico, para ficar bonito, para ser bom em tudo (bons pais, bons amigos, bons filhos, bons amantes, etc.) e até para ir para o céu. Será que é tão fácil como apresentado nesse tipo de Literatura?
Em minha opinião, é bem difícil colocar em prática as teorias que temos e aprendemos. Porque pensar é fácil. Falar é fácil. Mas, na hora de praticar, a história muda!

Qual a distância entre teoria e prática? Penso (minha teoria) que a resposta para essa pergunta pode se resumir em duas coisas: disposição e motivação. Explico com alguns exemplos:

- Disposição: já aprendi, e imagino que a maioria das pessoas também, que para ficar mais bonita tenho que comer frutas, verduras e legumes, tomar bastante água, praticar atividades físicas e dormir bem. Mas esse “simples” ritual passa despercebido quando me deparo com todas as outras atividades que tenho que fazer nas míseras vinte e quatro horas do meu dia! Ou seja, se tudo que tenho necessidade e obrigação de fazer no meu dia me consumir todas as forças e energias, não vou me dispor a seguir a tradicional receita de beleza citada anteriormente e que, na teoria, é algo tão natural. Conclusão: preciso me dedicar e separar tempo para ficar mais bonita. É preciso disposição!

- Motivação: é bem bacana a teoria de que ser um bom amigo é ser aquele que o outro pode contar sempre que precisar, é ter uma palavra de consolo e conforto na hora certa, aliás, é estar no lugar certo na hora certa sempre. Mas se você não encontra nada disso em ninguém, o que vai te impulsionar a ser assim? Relacionamentos funcionam à base de reciprocidade: para ser amigo é preciso ter amigo e para ter é preciso ser. Conclusão: se cada um ficar esperando uma motivação para começar a agir, ninguém começa nunca. Nossa motivação não deve se basear em reconhecimento e recompensas (aí mais uma teoria bonita! hahaha...)

Falado isso, pergunto: é possível adquirir disposição e motivação para sair da teoria e partir para a prática através de um livro? Será que essas leituras, chamadas de “auto ajuda”, são eficazes em cumprir seu propósito? Qual a sua opinião? Comente aqui!

Beijos e até breve!

Minhas Lembranças de Paulo Leminski, de Domingos Pellegrini

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“O Leminski é uma usina.”
Itamar Assunção

Domingos Pellegrini, na década de 60, tinha dificuldades de entender Paulo Leminski. Filiado ao pensamento da esquerda tradicional, não conseguia decidir se o poeta era um alienado, um formalista ou simplesmente um alcoólatra que dizia impropérios com a boca e no papel. A solução para isso? Para variar, a aproximação que, aos poucos, vai se tornando amizade. Até que Pé Vermelho, como é chamado por Leminski, é chamado para escrever uma biografia do amigo, apelidado de Polaco. O resto é só “histórias de vida” que, segundo Pellegrini, é um pleonasmo, uma vez que toda história é necessariamente de vida. Entretanto, para Leminski não seria um pleonasmo, mas sim, um “pleorgasmo”. Vamos conhece-lo!

Minhas Lembranças de Paulo Leminski, de Domingos Pellegrini, é a biografia escrita pelo autor sobre um de nossos maiores poetas. Desde o começo da obra, no entanto, o autor faz questão de dizer que essa não será uma biografia tradicional, contando fatos de vida, mas sim de uma trajetória afetiva entre os dois, entre relatos deuma amizade que atravessou décadas. Além disso, é também a tentativa da recuperação do procedimento literário de Leminski: um projeto radical de fusão de estilos, tempos e pensamentos, sem filiação ou raízes em qualquer formalismo, apenas da ideia pura e ideias de fazer da poesia um projeto de vida.
O que chama atenção logo de partida é a forma como Pellegrini vai catalogar os capítulos. Apontando Leminski com um poliedro, ou poliedra, uma vez que o autor adorava pedras, vai dividir a obra de acordo com o que chama de “facetas” do poeta, assim consegue abarcar essa caleidoscópica vida, possivelmente não em sua totalidade, mas com uma abrangência que poderia se perpetuar infinitamente. Alguns desses capítulos são: O poliedro, o mestiço, o estrategoísta, o cerebrelétrico, o polivivente, o anarquista, o estoico. Estas facetas, estão até representadas em um poema:

Toda joia um dia
já foi lava, todavia
condensou-se
e lapidada
cada faceta irradia
sua luz poliedra:
pedra que se faz poesia.
O fato é que, desta forma, o autor-biógrafo-amigo, atinge um dos pontos principais da obra do poeta curitibano que é sua capacidade de transitar por entre o universo intelectual, cult e pop. Essa sua ambivalência, ou trivalência, ou polivalência lhe coloca em lugar privilegiado e raro de ver a poesia como algo em si e não como algo útil. Chega a chama-la de “inutensílio” e nisso vai travar uma batalha contra o Pellegrini da época e a esquerda careta:

“Para os quatro, poesia é prosa. A despeito do nível de acabamento artesanal de muitos dos poemas, percebe-se que sua preocupação é mais com a ética que com a estética. Mais de catequese que de invenção. Muitos dos poemas são verdadeiros contos.”

Leminski, então, escreve sua própria prosa, o Catatau, que no fundo é mais uma geração poética de alta periculosidade para a arte cerebral do pensamento tradicional. Catatau reescreve um tempo, fundando um Brasil cuja origem é desarticulada com a história, uma memória rizomática caótica e sem fontes. Algo que ele vê também lá nos Sertões de Euclides de Cunha, principalmente na parte da Terra que Pellegrini vai achar maçante e Leminski vai ver como a única parte interessante.
A outra face de Leminski, no entanto, se destaca por uma intrínseca incapacidade de ajustamento. O livro conta um relato em que ele é levado a um concurso de poesia onde lhe é perguntado qual o melhor poema do ano. Polaco diz ser um grafiti que ele leu no muro cuja inscrição diz: “PQNA VOLTE!”, escrito da rodoviária até se perder de vista. Trata-se de um poeta que percebe justamente aquilo tratado acima: poesia e vida estão intimamente ligadas e inseparavelmente conectadas.

Só para não deixar de mencionar, o livro também trata das soluções (porque Leminski não chamaria de problema) do poeta com o álcool, em geral com a vodka, com quem tinha uma longa parceria por não deixar rastros como o bafo. Retrata também a vida simples, das roupas surradas, da pouca higiene, mas creio que isso é desimportante frente a tudo que Leminski representa no campo da arte.
Para finalizar, um poema também escrito em muros, mas dessa vez pelo próprio poeta. Um dia, trabalhando em uma empresa de publicidade, andava para lá e para cá, quando é mandado sentar por seu chefe. De pronto, o poeta se levanta, vai até o outro lado da rua e rabisca nos muros:

Sentado
Não tem sentido


A Piada Mortal- Edição Especial de Luxo

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Um dia ruim é a linha tênue que divide um homem entre sanidade mental e a loucura? Para o Coringa retratado em A Piada Mortal sim.

Considerada uma das mais emblemáticas HQ's do homem morcego, A Piada Mortal humaniza o Coringa trazendo à tona seu passado e sua relação paradoxal com o protagonista Batman. 


Escrita por Alan Moore e ilustrada por Brian Bolland, esta brilhante HQ traz uma das mais icônicas imagens do Coringa, explorando os aspectos psicológicos que o transformaram no desequilibrado vilão. Além disto, esta edição apresenta um aspecto mais sombrio marcado pelo traço dramático, alguns elementos noir, as cores de Bolland e um roteiro mais violento do que o apresentado na edição de 1988.

A história se resume a breves 53 páginas, e por esta razão não vou me aprofundar em detalhes da sinopse para não comprometer as inúmeras surpresas reservadas na HQ.



A história começa com uma visita de Batman ao  Asilo Arkham, um sanatório para criminosos de Gotham. Batman procura o Coringa para colocar um ponto final nos conflitos entre eles, mas para a surpresa do herói o Coringa já havia fugido e colocado outra pessoa em seu lugar.

Paralelamente, temos o coringa comprando um parque de diversões, onde o antagonista coloca em prática um plano insano, arquitetado com detalhes para levar qualquer homem à loucura. Sua intenção é provar ao Batman que todos estão susceptíveis a enlouquecer em um dia ruim. Segundo a ótica do Coringa, qualquer homem bom pode perder a sanidade e tornar-se um vilão quando submetido a seguidas tragédias pessoais, como aconteceu com ele e é contado ao longo da HQ.


Seguindo sua premissa, o Coringa aterroriza o comissário Gordon, que não foi escolhido por acaso. Por mais alucinado que o Coringa possa parecer, ele selecionou cuidadosamente sua vítima para conquistar seu objetivo de questionar e contestar o heroísmo de Batman. Primeiro porque o comissário Gordon é muito próximo de Batman, tornando-o uma grande isca para atrair o homem morcego. Segundo: Gordon é um homem correto e ético, o que faz dele um modelo perfeito para provar a teoria do vilão. Por fim, destaco a escolha do Coringa: ele poderia ter escolhido o próprio Batman, mas ao invés disso preferiu deixá-lo como um expectador do seu show de horrores, em um confronto espetacular.


O texto genial de Allan Moore e a minuciosa arte de Brian Bolland conseguem expor a mente atordoada e psicótica do Coringa, que ao longo da história surpreende com reflexões incríveis que colocam em xeque até mesmo a conduta de Batman. O maniqueísmo entre vilões e mocinhos ainda está presente na HQ mas é contestado, assim como ocorre em outros trabalhos de Moore: de forma discreta em V de Vingança e de forma mais enfática em Watchmen. Para a infelicidade de Batman, ele se parece muito mais com o Coringa do que ele gostaria. Em muitos diálogos temos a sensação de que o vilão revela-se como uma espécie de alter-ego do herói.



A Edição

Como eu disse anteriormente, esta edição foi recolorida por Brian Bolland e escrita por Allan Moore, que assina o roteiro. Além dos detalhes que acrescentam mais drama e realismo à história, a HQ possui elementos sutis que ensejam algumas vezes mais de uma  interpretação.

A Edição Especial de Luxo tem capa dura, com o Coringa tirando um retrato do espelho (ele segura o obturador com a mão esquerda) e conta ainda com um prefácio assinado por Tim Sale, posfácio de Brian Bolland, esboços e a primeira edição da história do Coringa.

O desfecho do Coringa (ALERTA DE SPOILER)
Se você ainda não leu A Piada Mortal e quer manter-se longe dos spoilers, interrompa a leitura desta resenha.

As cenas finais geraram dupla interpretação no que diz respeito ao desfecho do Coringa, que em uma segunda versão teria sido assassinado por Batman. Esta interpretação foi feita a partir da última cena, onde há um confronto entre Batman e o Coringa.

Após contar uma piada, o Coringa começa a rir juntamente com Batman, e enquanto o enquadramento se afasta, focando na poça d'água que está no chão iluminada pelos faróis dos carros da polícia, as onomatopeias diminuem.

O que muitos leitores não perceberam à época da publicação, é que de forma discreta, Bolland deu a entender que Batman teria estrangulado o Coringa, e que as onomatopeias representavam as risadas do Coringa diminuindo após o ataque do herói.

O próprio nome da HQ: A Piada Mortal antecipava o desfecho, já que a morte se dá justamente após a piada contada pelo Coringa. Além disso, no confronto inicial do suposto Coringa com o Batman ele decreta que os conflitos só terminariam com um dos dois matando ao outro, mais cedo ou mais tarde. Posteriormente esta versão foi confirmada por Bolland.



Ler esta HQ foi uma grata surpresa e com certeza foi um dos melhores quadrinhos que já li. Se você ainda não leu, pare o que estiver lendo e dedique alguns minutos do seu dia para esta história fabulosa.












Carta ao Pai, de Franz Kafka

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“Seja como for, éramos tão diferentes e nessa diferença tão perigosos um para o outro, que se alguém por acaso quisesse calcular por antecipação como eu, o filho que se desenvolvia devagar, e tu, o homem feito, se comportariam um em relação ao outro, poderia supor que tu simplesmente me esmagarias sob os pés, a ponto de não sobrar nada de mim”.

Escrita no ano de 1919 e publicada apenas a morte do escritor, nesta carta Kafka aborda, de forma detalhada, sincera e íntima, os contornos da sua conurbada relação com o pai, um homem judeu, autoritário, com uma raiva enraizada e emoções complexas. 

Enquanto descreve as suas impressões sobre a postura do pai, Kafka aborda momentos da sua vida em que as marcas das agressões sofridas tiveram interferência direta no seu comportamento. Com isso, ao longo da narrativa descobrimos um pouco sobre os seus irmãos, os seus relacionamentos amorosos e a sua profissão.
Um aspecto interessante da obra, que é sem dúvida um dos seus trabalhos mais importantes, é perceber que o escritor não tenta acusar o pai ou culpá-lo de algo, mas sim justificar a sua forma de agir e esclarecer que a dificuldade no relacionamento existia por culpa de ambos e não apenas do pai.

Trata-se de um relato árduo, sofrido e angustiante, mas que revela impecável percepção de Kafka acerca do universo que o rodeava. Racional e ao mesmo tempo emotivo, ele equilibra os seus pensamentos e sentimentos, fazendo da carta uma espécie de desabafo e, ao mesmo tempo, reflexão. 

"A isso respondo que, em primeiro lugar, toda essa objeção, que pode em parte também se voltar contra você, não vem de você, mas de mim."
Para quem não conhece o trabalho do escritor, essa pode ser uma excelente opção para começar, afinal, pelo caráter autobiográfico, a carta, que sequer foi escrita com intenção de publicação, acaba por descrever a sua personalidade, o que contribui para uma melhor percepção da sua visão do mundo e, consequentemente, do seu estilo literário seco, direto e desapegado.

A edição da Companhia das Letras conta com um posfácio de Modesto Carone, contendo a sua análise da obra e também explicações sobre a origem da carta e o processo de tradução da mesma. Vale conferir!




Sim, eles foram baseados em livros!

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Olá leitores!

No post de hoje vou mostrar alguns filmes que foram baseados em livros e que pouca gente sabe. Espero que gostem e aproveitem para adquirir os exemplares de alguns...

Confiram:

Legalmente Loira

O livro e o filme foram lançados no ano de 2001. A escritora Amanda Brown se inspirou em sua própria experiência como aluna de direito em Stanford nos anos 90. 
                 
Matilda

Sucesso com o público infanto-juvenil, Matilda é a criativa história escrita por Jonathan Cape, que foi publicada pela primeira vez em Londres, no ano de 1988. A adaptação cinematográfica aconteceu em 1996, nos Estados Unidos. 
             
Jurassik Park 

Jurassic Park é um livro de ficção científica escrito por Michael Crichton e publicado em 1990. Em 1993, Steven Spielberg adaptou o livro para os cinemas, obtendo com este filme, na época, a maior bilheteria da história. O filme, venceu três Oscars, 19 outros prêmios e 15 indicações.
Forest Gump

Forrest Gump: O Contador de Histórias, é um filme norte-americano de 1994, dirigido por Robert Zemeckis com Tom Hanks no papel principal. O longa é e baseado no romance homônimo de 1986, escrito por Winston Groom.
                           
Quem quer ser um milionário

"Sua resposta vale um bilhão", primeiro livro do escritor Vikas Swarup já havia sido traduzido para 37 línguas antes mesmo do filme se tornar um sucesso. A adaptação estreou no ano de 2008 e o filme venceu 8 das 10 indicações ao Oscar que recebeu. 
              
O curioso caso de Benjamin Button

O curioso caso de Benjamin Button é um filme de dramaestadunidense lançado em 2008, baseado em um conto homônimo lançado em 1921 pelo escritor F. Scott Fitzgerald.
               
Peixe Grande e suas histórias maravilhosas 

Peixe Grande e suas Histórias Maravilhosas é um filme estadunidense de 2003, baseado no livro Big Fish: A Novel of Mythic Proportions, de Daniel Wallace.
               
Duro de matar 

Duro de Mataré um filme americano de 1988, estrelado por Bruce Willis, que teve quatro sequências, sendo que a última estreou em 2013. É baseado em um romance de 1970 do escritor Roderick Thorp intitulado Nothing Lasts Forever.
             
Uma babá quase perfeita 

Mrs. Doubtfire é um filme estadunidense de 1993, uma comédia dirigida por Chris Columbus e estrelado por Robin Williams. Seu roteiro é baseado no romance Aliás Madame Doubtfire, de Anne Fine.
O Exorcista 

O Exorcista é um filme estadunidense de 1973, do gênero terror, realizado por William Friedkin. O roteiro é de William Peter Blatty, baseado em livro homônimo de sua autoria.

Planeta dos Macacos 

O Planeta dos Macacos é um filme norte-americano de ficção científica, baseado no romance de Pierre Boulle, La planète des singes.
                



Veja a versão de Tim Burton para João e Maria considerada aterrorizante pela Disney

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Imprevisível e surpreendente, Tim Burton rodou um curta para o canal de televisão da Disney, chamado “João e Maria”,  tratava-se de recriação do conto dos irmãos Grimm.
A peculiaridade de Tim refletida na obra, fez com que a mesma fosse rejeitada, sendo considerada estranha,e até certo ponto aterrorizante. Foi exibida de forma rápida, e agora disponível para visualização. Veja o seguir esse curta surpreendente que reconstrói de forma bem pessoal um dos maiores clássicos infantojuvenil da literatura mundial.



Convocação à leitura

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Olá, leitores!

Desnecessário falar que a Copa do Mundo tem sido o assunto do momento, né?! Essa costuma ser uma época onde o patriotismo fica mais evidente e é fato que todos os brasileiros (ou quase todos) estão torcendo pelo nosso país. Acontece que morar  no Brasil não é sinônimo de gostar de futebol... 

Pensando nisso, resolvi sugerir àqueles que não se importam muito em assistir aos jogos para aproveitarem o momento e darem uma chance a um autor nacional que ainda não conhecem.

Não é só em campo que temos brasileiros talentosos, nossa Literatura também está, mais do que nunca, bombando com pessoas que mandam muito bem.
Fiz uma SELEÇÃO com alguns livros brasileiros (onze, para ficar um “time” completo”!) que li recentemente e gostei. Os títulos que já resenhei aqui no Universo estão com link:


- Azar o seu! – Carol Sabar



- Do seu lado – Fernanda Saads

- Freud, me tira dessa! – Laura Conrado



- Quero ser Beth Levitt – Samanta Holtz



Eis minha convocação: leia um autor brasileiro nessa Copa!

Beijos e até breve!


Toda Nudez Será Castigada, de Nelson Rodrigues

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Toda nudez será castigada é uma peça teatral, que foi escrita pelo dramaturgo Nelson Rodrigues no ano de 1965. O roteiro é marcado por intenso confronto entre os aspectos religiosos e puritanos e a sexualidade. 

Dividida em três atos a história retrata a vida de Herculano, um homem que perdeu a esposa e prometeu ao filho Serginho que nunca mais iria se casar e se relacionar com outra mulher. Inserido em um contexto de depressão e desilusão, foi atraído por seu irmão Patrício, que resolveu apresentá-lo a uma prostituta, a ardilosa Geni. 

Após conhecê-la, Herculano se viu dividido entre sucumbir aos seus desejos carnais e cumprir a promessa que fez ao filho. No entanto, antes que ele pudesse decidir o que fazer com o seu dilema ético, o relacionamento foi descoberto de forma inusitada pelas tias, que moralistas e conservadoras, passaram a julgá-lo e condená-lo. A situação tomou uma proporção tão grande que o filho soube da história e rompeu com o pai.
A partir desse acontecimento, reviravoltas incríveis aconteceram na trama, que atingiu o seu ápice e levantou questões polêmicas como ódio, vingança, traição, incesto e homossexualismo, ao mesmo tempo em que questionou o falso moralismo e a influência da religião sobre as pessoas, que por vezes optam pela hipocrisia para manter as aparências. 

Além dos membros da família de Herculano, marcados por obsessão e falso moralismo, o escritor também caracterizou bem os personagens com menor relevância e se utilizou deles para mostrar a impotência que domina toda a sociedade. Entre os referidos personagens podemos destacar o padre, que não tem força para expressar a própria opinião e concorda com tudo que tias de Herculano dizem; o delegado, que não vê na lei uma forma de reduzir a criminalidade e a violência, mas sim um instrumento limitador da sua postura e, por fim, o médico, que mesmo vislumbrando possibilidades, não age para contê-las. 
A narrativa, construída sob o ponto de vista dos personagens, é impactante e marcante. Com diálogos bem construídos e fatos nem sempre organizados de forma cronológica, Nelson conseguiu inovar no cenário da dramaturgia da época e provocar reflexões sobre uma sociedade de aparências.


Os famosos livros publicados no ano do seu nascimento

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Inovando e trazendo curiosidades literárias, o site espanhol Que Leer elaborou uma enorme lista com as principais obras literárias publicadas entre os anos de 1911 a 1999. Sempre antenado e atualizado, o Homo Literatus providenciou a tradução dos títulos que foram publicados no Brasil e manteve o título original dos que não possuem tradução.

Será que algum livro importante foi publicado no ano do seu nascimento? Ora, para descobrir, basta conferir a lista abaixo:

1911- A Árvore da Ciência (Pio Baroja)
1912- A Morte em Veneza (Thomas Mann)
1913- O Jardineiro (Rabindranath Tagore), Filhos e Amantes (D.H. Lawrence), O grande Meaulnes (Alain-Fournier), No Caminho de Swann (Marcel Proust)
1914- Dublinenses (James Joyce), Nevoeiro (Miguel Unamuno), Platero e Eu (Juan Ramón Jimenez), A Taberna Errante(G.K. Chesterton)
1915- A Metamorfose (Franz Kafka)
1916- Retrato do Artista Quando Jovem (James Joyce)
1917- Contos de amor, de loucura e de morte (Horacio Quiroga), Os Frutos da Terra (Knut Hamsun)
1918- Contos da Selva (Horacio Quiroga)
1919- Demian (Hermann Hesse)
1920- A idade da Inocência (Edith Wharton)
1921- A Tia Tula (Miguel Unamuno)
1922- Ulisses/Ulysses (James Joyce), Sidarta (Hermann Hesse), O homem que sabia demais (G.k. Chesterton)
1923- Dersu Uzala (Vladimir Arseniev), As Aventuras do Bom Soldado Švejk (Jaroslav Hasek), Bambi, história de uma vida do bosque (Félix Salten)
1924- A Montanha Mágica (Thomas Mann)
1925- O Processo (Franz Kafka), Mrs Dalloway (Virginia Woolf), O grande Gatsby (Francis Scott Fitzgerald), Seis personagens em busca de um autor (Luigi Pirandello)
1926- O Castelo (Franz Kafka), A dançarina de Izu (Yasunari Kawabata), Tirano Banderas (Valle Inclan), Confusão de Sentimentos(Stefan Zweig), O Assassinato de Roger Ackroyd (Agatha Christie), Dom Segundo Sombras (Ricardo Güiraldes)
1927- O Lobo da Estepe (Hermann Hesse)
1928- Contraponto (Adouls Huxley), O Amante de Lady Chatterley (D.H. Lawrence), Nadja (André Breton)
1929- O Som e a Fúria (William Faulkner), Adeus às Armas (Ernest Hemingway), Os sete loucos (Roberto Arlt), Dona Bárbara (Rómulo Gallegos)
1930- Enquanto Agonizo (William Faulkner), O Homem Sem Qualidades (Robert Musil)
1931- Gog (Giovanni Papini), Os Lança-Chamas (Roberto Arlt), As Lanças Coloradas (Arturo Uslar Pietri)
1932- Admirável Mundo Novo (Aldous Huxley)
1933- O Corcunda (Roberto Arlt), A Condição Humana (André Malraux)
1934- Trópico de Câncer (Henry Miller), Huasipungo (Jorge Icaza)
1935- História Universal da Infâmia (Jorge Luis Borges), Assassinato na Catedral (S.T. Eliot), Canaima (Rómulo Gallegos)
1936- Absalão, absalão! (Willian Faulkner), E o Vento Levou (Margaret Mitchell), Auto-de-Fé (Elias Canetti), Os Paradoxos da Mr. Pond (G.K. Chesterton)
1937- O Hobbit (J.R.R. Tolkien), Ter e Não Ter (Ernest Hemingway), O País das Neves (Yasunari Kawabata)
1938- A Náusea (Jean-Paul Sartre)
1939- Finnicius Revém (James Joyce), As Vinhas da Ira (John Steinbeck), Palmeiras Selvagens (Willian Faulkner), O Sono Eterno (Raymond Chandler),Trópico de Capricórnio (Henry Miller), O Caso dos Dez Negrinhos (Agatha Christie)
1940- Por Quem os Sinos Dobram (Ernest Hemingway), A Invenção de Morel (Adolfo Bioy Casares), O Zero e o Infinito (Arthur Koestler), O Deserto dos Tártaros (Dino Buzzati)
1941- Entre os Atos (Virginia Woolf), Os Filhos de Matusalém (Robert A. Heinlein)
1942- O Estrangeiro (Albert Camus), Viagem ao Fim da Noite (Louis-Ferdinand Céline)
1943- O Jogo das Contas de Vidro (Hermann Hesse)
1944- Ficções (Jorge Luis Borges), O Anão (Pär Lagerkvist)
1945- A Revolução dos Bichos (George Orwell), Viagem à Alcarria (Camilo José Cela)
1946- História de uma Escada (Antonio Buero Vallejo), O Senhor Presidente (Miguel Ángel Asturias)
1947- A Peste (Albert Camus), À Sombra do Vulcão (Malcolm Lowry), A Espuma dos Dias (Boris Vian), O Diário de Anne Frank (Anne Frank)
1948- Confissões de uma Máscara (Yukio Mishima), O Túnel (Ernesto Sábato)
1949- O Aleph (Jorge Luis Borges), 1984 (George Orwell), Homens de Milho (Miguel Ángel Asturias), O Segundo Sexo (Simone de Beauvoir), O Homem que Calculava (Malba Tahan)
1950- Crônicas Marcianas (Ray Bradbury), A Vida Breve (Juan Carlos Onetti), Eu, Robô (Isaac Asimov), Barabbas (Pär Lagerkvist), Nadíe encendia las lampadas (Felisberto Hernández), O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa (C.S. Lewis)
1951- Bestiário(Julio Cortázar), O Pequeno Príncipe (Antoine de Saint-Exupéry), O Homem Ilustrado (Ray Bradbury), Molloy (Samuel Beckett), Malone morre (Samuel Beckett), O Apanhador no Campo de Centeio (J.D. Salinger), Memórias de Adriano (Marguerite Yourcenar), Fundação (Isaac Asimov), O Criador de Gorilas (Roberto Arlt), A Colméia (Camilo José Cela)
1952- O Velho e o Mar (Ernest Hemingway), Esperando Godot (Samuel Beckett), Mil Origames (Yasunari Kawabata), Confabulário (Juan José Arreola)
1953- Chão em Chamas (Juan Rulfo), Fahrenheit 451 (Ray Bradbury), O Longo Adeus (Raymond Chandler), O Inominável (Samuel Beckett)
1954- O Senhor dos Anéis (J.R.R. Tolkien), O Senhor das Moscas (William Golding), Uma Fábula (William Faulkner), O Mestre do Go (Yasunari Kawabata), O Som da Montanha (Yasunari Kawabata), Bom Dia, Tristeza (Francoise Sagan)
1955- Pedro Páramo (Juan Rulfo), Lolita (Vladimir Nabokov), O Fim da Eternidade (Isaac Asimov)
1956- Final do Jogo(Julio Cortázar)
1957- Fim de Partida (Samuel Beckett), Pé na Estrada (Jack Kerouac), Doutor Jivago (Boris Pasternak), O Barão nas Árvores (Italo Calvino)
1958- Bonhequinha de Luxo (Truman Capote)
1959- As Armas Scretas (Julio Cortázar), O Tambor (Günter Grass), A Trégua (Mario Benedetti), The Sirens of Titan (Kurt Vonnegut), Tropas Estrelares (Robert A. Heinlein)
1960- O Sol é para Todos (Harper Lee), Um Cântico para Leibowitz (Walter M. Miller)
1961- A Casa das Belas Adormecidas (Yasunari Kawabata), O Estaleiro (Juan Carlos Onetti), Sobre Heróis e Tumbas (Ernesto Sábato), Solaris (Stanisław Lem), Catch-22 (Joseph Heller)
1962- Histórias de Cronópios e de Famas (Julio Cortázar), Laranja Mecânica (Anthony Burgess), Os Funerais da Mamãe Grande (Gabriel Garcia Marquez), O Homem do Castelo Alto (Philip K. Dick), Voando Sobre um Ninho de Cucos (Ken Kesey), A Morte de Artemio Cruz (Carlos Fuentes), Aura (Carlos Fuentes), O Século das Luzes (Alejo Carpentier), O Caderno Dourado (Doris Lessing)
1963- A Cidade e os Cachorros (Mario Vargas Llosa), O Jogo do Mundo (Julio Cortázar),V (Thomas Pynchon)
1964- Beleza e Tristeza (Yasunari Kawabata), Uma Questão Pessoal (Kenzaburo Oe)
1965- Três Tristes Tigres (Guillermo Cabrera Infante), O Lugar Sem Limites (José Donoso)
1966- Paradiso (José Lezama Lima), A Casa Verde (Mario Vargas Llosa), Todos os Fogos o Fogo (Julio Cortázar), A Sangue Frio (Truman Capote), O Leilão do Lote 49 (Thomas Pynchon), Cinco Horas com Mario (Miguel Delibes)
1967- Cem Anos de Solidão (Gabriel García Márquez), A Brincadeira (Milan Kundera), O Mestre e Margarida (Mikhail Bulgakov)
1968- O Caçador de Andróides (Philip K. Dick), 2001: Uma Odisséia no Espaço (Arthur C. Clarke)
1969- Conversa no Catedral (Mario Vargas Llosa), Ubik (Philip K. Dick), O Poderoso Chefão (Mario Puzo), O complexo de Portnoy (Philip Roth), Boquinhas Pintadas (Manuel Puig), Hasta no verte, Jesús mío (Elena Poniatowska)
1970- O Informe de Brodie (Jorge Luis Borges), Juan Salvador Gaviota (Richard Bach), O Olho Mais Azul (Toni Morrison), Ringworld (Larry Niven), Um Mundo para Julius (Alfredo Bryce Echenique)
1971- Nossa Gangue (Philip Roth), Carteiro (Charles Bukowski), Medo e Delírio em Las Vegas (Hunter S. Thompson)
1972- Os Próprios Deuses (Isaac Asimov), Encontro com Rama (Arthur C. Clarke)
1973- Pantaleão E as Visitadoras (Mario Vargas Llosa), Momo (Michael Ende), O Arco-íris da Gravidade (Thomas Pynchon), Café-da-Manhã dos Campeões (Kurt Vonnegut)
1974- Abaddon Destruidor (Ernesto Sabato)
1975- O Outono do Patriarca (Gabriel García Márquez), O Livro de Areia (Jorge Luis Borges), Terra Nostra (Carlos Fuentes)
1976- O Beijo da Mulher Aranha (Manuel Puig)
1977- Tia Júlia e o Escrevinhador (Mario Vargas Llosa), O Iluminado (Stephen King)
1978- Mulheres (Charles Bukowski), A vida: modo de usar (Georges Perec), Casa de Campo(José Donoso)
1979- A História Sem Fim (Michael Ende), A Zona Morta (Stephen King),O Guia do Mochileiro das Galáxias (Douglas Adams), A Escolha de Sofia (William Styron)
1980- A Confederação dos burros (John Kennedy Toole), O Nome da Rosa (Umberto Eco), Gostamos Tanto da Glenda (Julio Cortázar)
1981- Crônica de uma Morte Anunciada (Gabriel García Márquez), A Guerra do Fim do Mundo (Mario Vargas Llosa), Filhos da Meia-Noite (Salman Rushdie), A vida exagerada de Martin Romagna (Alfredo Bryce Echenique)
1982- A Casa dos Espiritos (Isabel Allende), Paisagens Depois da Batalha (Juan Goytisolo)
1983- O Enteado (Juan José Saer), Vida e Época de Michael K. (JM Coetzee)
1984- A Insustentável Leveza do Ser (Milan Kundera), O Amante (Marguerite Duras), Neuromancer (William Gibson)
1985- O Amor nos Tempos do Cólera (Gabriel Garcia Marquez), Cidade de Vidro (Paul auster), Meridiano de sangre (Cormac McCarthy), Ruído Branco (Don DeLillo), O  Perfume (Patrick Süskind), Amada (Toni Morrison), O Jogo do Exterminador (Orson Scott Card)
1986 – A cidade dos Prodígios (Eduardo Mendoza), A Coisa (Stephen King)
1987- Norwegian Wood (Haruki Murakami), Notícias do Império (Fernando del Paso), A Fogueira das Vaidades (Tom Wolfe), Angústia (Stephen King), Red Sorghum (Mo Yan)
1988- A Imortalidade (Milan Kundera), O Alquimista (Paulo Coelho)
1989- Palácio da Lua (Paul Auster),Como Água para Chocolate (Laura Esquivel), Os Pilares da Terra (Ken Follett)
1990- Uma Casa no Fim do Mundo (Michael Cunningham), O Cair da Noite (Isaac Asimov), O Dia do Curinga (Jostein Gaarder)
1991- O Evangelho Segundo Jesus Cristo (José Saramago), El Jinete Polaco (Antonio Muñoz Molina), O Mundo de Sofia (Jostein Gaarder)
1992- Doze Contos Peregrinos (Gabriel García Márquez), Leviatã (Paul Auster), Todos os Belos Cavalos (Cormac McCarthy), Um Coração Tão Branco (Javier Marías)
1993- Morte nos Andes (Mario Vargas Llosa),  Quando já não Importa (Juan Carlos Onetti), A Paixão Turca (Antonio Gala), Trainspotting (Irvine Welsh)
1994- Do Amor e Outros Demônios (Gabriel García Márquez), Amanhã, na batalha, pensa em mim (Javier Marías)
1995- Crônica do Passaro de Corda (Haruki Murakami), Santa Evita (Tomás Eloy Martínez), Ensaio Sobre a Cegueira (José Saramago), Não me Espere em Abril (Alfredo Bryce Echenique)
1996- Pulp (Charles Bukowski), Clube da Luta (Chuck Palahniuk), Estrela Distante (Roberto Bolaño), O Capitão Alatriste (Arturo Pérez Reverte)
1997- Pastoral Americana (Philip Roth), Mason e Dixon (Thomas Pynchon), Todos os Nomes (José Saramago)
1998- A Identidade (Milan Kundera), Os Detetives Selvagens (Roberto Bolaño), As Partículas Elementares (Michel Houellebecq), Meu nome é Vermelho (Orhan Pamuk)
1999- Sputnik, meu amor (Haruki Murakami), Desgraça (J.M. Coetzee)

O interessante da lista é que além de mostrar os livros publicados em cada ano, ela apresenta diversos títulos que marcaram uma época e que até hoje conquistam leitores ao redor do mundo, o que confirma o talento dos escritores e a capacidade ímpar de cada um deles para criar histórias atemporais... 
Gostaram? Estou me preparando para ler todas as obras de 1987 (e algumas outras, claro!). 

O irresistível café de cupcakes, de Mary Simses

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Ellen Branford é uma advogada nova-iorquina muito bem sucedida, noiva de Hayden Croft, um homem praticamente perfeito: bonito, inteligente, educado, romântico, de uma família importante e que está prestes a ingressar na carreira política.

No leito de morte, a avó de Ellen, com quem a advogada tinha uma forte ligação, pede a ela que vá até a cidadezinha de Beacon, no Maine, entregar uma carta para Chet Cummings.

Ellen parte para a viagem decidida a realizar o último desejo de sua avó calculando que volta em um dia, mas quando chega em Beacon, várias coisas acontecem para que sua viagem seja prolongada: primeiro ela quase se afoga no mar e é salva por um carpinteiro local, chamado Roy; encontrar Chet não é tão fácil quanto ela imaginava; ela acaba descobrindo que sua avó guardou segredos da família que são desvendados enquanto Ellen conhece a cidade; além disso, passar uns dias num lugar tão tranquilo quanto aquele mostra-se uma experiência muito mais agradável do que o esperado.
Ellen é a narradora da história, que lembra um filme de comédia romântica. Alguns clichês, linguagem leve, leitura rápida. A escrita de Mary Simses é muito gostosa, em meio às situações vividas por Ellen ela descreve paisagens bucólicas de uma forma encantadora, o que faz com que o leitor deseje estar nos locais citados no livro.

"O arrepio na espinha avançou até os braços conforme eu me aproximei. Fragmentos de três paredes desmoronadas surgiam aqui e ali no tapete de flores silvestres. As pedras visíveis através do mato estavam cobertas por placas de musgo verde e amarelo, como se alguém tivesse esparramado tinta sobre elas em um momento de fúria criativa. Permaneci lá em pé, o barulho do campo ao meu redor, e pensei na Vovó e em Chet Cummings. Sentia a alma dela no solo onde eu pisava, nas pedras queimadas de sol, com as quais o embasamento do celeiro tinha sido construído, nas hastes e flores silvestres que roçavam em minhas pernas como lembranças me chamando."
O livro traz reflexões interessantes sobre autoconhecimento. Ellen parte para Beacon com várias certezas, mas lá cada uma delas é questionada. À medida que ela conhece melhor a história de sua avó, ela percebe o que tem feito de parecido e como pode evitar cometer os mesmos erros.

Para quem gosta de uma leitura despretensiosa para se divertir, recomendo muito o livro. Ah, vale lembrar que a todo momento vai dar vontade de comer cupcakes de blueberries e outras coisas gostosas que aparecem bastante na narrativa!

"O café estava forte e quente e as blueberries eram as maiores e mais doces que eu já tinha provado. Observei a doughnut coberta com açúcar cristal. Como uma sirene, ela me chamava. Que seja, eu pensei, um pedaço pequeno não vai me matar. Derreteu na minha boca, quente, doce e cremosa. Peguei mais um pedaço e quando me dei conta o prato já estava vazio. Quem sabe, afinal de contas, Beacon tivesse algum lado positivo."

Pó de Lua e a delicadeza da poesia ilustrada

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Olá Leitores!

Quem acompanha o site deve saber da minha mania de procurar páginas no facebook com conteúdo delicado e encantador. Inclusive, já comentei aqui sobre o trabalho do Alexandre Reis, do Escrevendo e Semeando, que eu amo e que agora já tem um livro chamado"Fica mais fácil chegar ao céu sendo uma criança"...

Algum tempo atrás, de forma inusitada, descobri uma página especial até no nome: Pó de Lua. Comecei a seguir e claro, fiquei completamente fã do trabalho da Clarice Freire, que é simples e, ao mesmo tempo, diferenciado... Possui um glamour peculiar e um charme ímpar... 
Como eu não resisto à necessidade de compartilhar coisas boas com vocês, fica aqui a dica de uma excelente página para acompanhar. Confiram algumas ilustrações:
Ah, quem tiver instagram, pode acessar o @podeluaoficial e ficar por dentro de todas as novidades!

Gostaram? Então preparem-se porque em breve a Clarice terá seus trabalhos publicados em uma edição especial da Intrínseca...



Phoebe em TBBT? Kaley Cuoco gostaria que Lisa Kudrow fosse a mãe de Penny.

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Um ailustre convidada pode aparecer em  The Big Bang Theory. A atriz Kaley Cuoco, que interpreta  a a peculiar Penny, se mostrou fã de Friends em desejar atuar ao lado de Lisa Kudrow, a eterna Phoebe, para interpretar sua mãe em uma participação especial no show.
“Eu sempre achei que ela seria a pessoa perfeita. A mãe da Penny engravidou supercedo, então não teria problema”, argumentou Kaley, fazendo alusão à aparência jovem de Lisa, de 50 anos. “Há anos que eu digo que ela seria a candidata ideal. Não sei como vão fazer no seriado, mas se acontecesse ia ser muito divertido.”
A mãe da personagem já foi citada várias vezes nos episódios da série,entretanto nunca chegou a aparecer.Até o nome da personagem é desconhecido, mas em vários momentos ficou claro o mau relacionamento entre Penny e a mãe. Ainda não há confirmação da aparição da personagem na série, entretanto baseando-se no histórico de Chuck Lorre de colocar frente a frente convidados especiais com seus respectivos admiradores, como em Two and a half men quando Charlie Sheen contracenou com Sean Pen, podemos esperar uma dobradinha entre as duas loiras.


Erros de Português

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Olá, leitores!

Hoje quero falar um pouco sobre algo que me incomoda bastante: erros de Português!

Leio muitos blogs e adoro conhecer novos autores brasileiros, mas confesso que fico realmente chateada de ver alguns erros que considero inadmissíveis para alguém que optou por utilizar a escrita como instrumento para transmitir algo. Na minha opinião, não basta ter uma boa ideia, tem que respeitar as regras de gramática e ortografia para um texto ficar agradável aos olhos dos leitores e ser entendido.

Com as facilidades atuais para se publicar um livro – sim, por mais que não seja exatamente fácil, hoje em dia algumas opções como publicar ebooks no site Amazon tem facilitado bastante – muita gente tem sido chamado de escritor sem dominar o básico da língua portuguesa escrita (não estou generalizando, muitos novos autores são sensacionais, mas já vi casos absurdos).

Talvez você esteja pensando: quem essa tal Angélica pensa que é para falar assim? Peço desculpas se estou soando um pouco arrogante, não é minha intenção. Não sou nenhuma expertnem me considero superior a ninguém. Por ser uma apaixonada pela língua portuguesa desde criança e por ler muito, é fato que tenho certa facilidade para escrever. 
Costumo dizer que tenho um “radar” para encontrar erros em livros e às vezes acho até em publicações de renomadas editoras. Isso quer dizer que em um texto meu nunca vai haver erros? Óbvio que não! Às vezes passam despercebidos erros de digitação e outros de concordância, o que considero normal. Além disso, tenho algumas “manias” que ajudam a evitar que eu cometa erros graves e vou compartilhá-las aqui com vocês:

- Quando vou escrever, geralmente abro, além da página do Word, uma página com o Google, um dicionário online e uma página de sinônimos (recomendo o site www.sinonimos.com.br). Se surge uma dúvida, por exemplo, se determinada palavra é com S, SS ou SC, imediatamente pesquiso no Google; se percebo que algum termo não está soando bem em uma frase ou já o utilizei recentemente em outra, vou ao dicionário procurar como posso substituí-lo.

- Leio e releio o que escrevo pelo menos umas três vezes. Em textos maiores,como um conto ou uma história, imprimo e leio no papel. Geralmente muita coisa passa despercebida na tela do computador, principalmente porque quando já sabemos o que está escrito nossos olhos passam rapidamente pelas palavras sem atentar muito para a forma como estão escritas.

- Peço para outras pessoas lerem, de preferência quem tem bom domínio da língua. Às vezes outra pessoa percebe melhor frases que não ficaram muito claras. Quando escrevemos, imaginamos que todo mundo vai saber exatamente o que queríamos dizer, mas nem sempre é o que acontece. Quem escreve precisa estar aberto a sugestões para alterações e substituições.

Acho que o mais importante é admitirmos que não sabemos tudo. Vou contar um segredinho aqui: sempre fico em dúvida no uso dos “porquês”... Daí salvei a imagem abaixo em minha área de trabalho e quando preciso recorro a ela:

Enfim, que estejamos constantemente buscando melhorar e aprimorar e que nossa língua seja valorizada. E, claro, sempre vale lembrar: quanto mais lemos, melhor escrevemos!

Beijos e até breve!



Como viver eternamente, de Sally Nicholls

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“Este é o meu livro, iniciado em 7 de janeiro e terminado em 12 de abril. É uma coletânea de listas, histórias, fotos, perguntas e fatos. É também a minha história.”

Sam é um garoto de 11 anos que tem leucemia e decide escrever um livro contando sobre sua vida. Ele não frequenta a escola normal e tem aulas particulares com a professora Willis em sua casa, junto com seu amigo Felix, que ele conheceu no hospital no ano anterior quando ambos estavam internados em tratamento de suas doenças.

“A leucemia sempre volta. Eles pensam que já curaram, mas ela volta. Não para todo mundo. Fato: oitenta e cinco por cento das pessoas ficam curadas para sempre. Seriam então oito pessoas e meia em cada dez. Oitenta e cinco em cem. Oitocentas e cinquenta em mil. Isso quer dizer a maioria das pessoas. Porém, no meu caso ela sempre volta.”
Sam tem uma irmã mais nova chamada Bella, que não entende direito o que está acontecendo. Sua mãe vive em função de cuidar do filho doente e o pai trabalha o dia inteiro, nos poucos momentos que está em casa não costuma falar muito.

O garoto faz uma lista de coisas que deseja fazer antes de morrer, que vai desde “Subir em uma nave espacial e ver a Terra do espaço” a “Ser um adolescente. Fazer coisas que adolescentes fazem, como beber, fumar ou ter namoradas”. Seu amigo Felix decide ajudá-lo a realizar todos os seus desejos. Mais tarde, ele acaba mostrando sua lista para o pai, que também se empenha para realizar alguns dos desejos do filho.

A autora Sally Nicholls consegue provocar no leitor uma reflexão sobre a importância de darmos valor às pequenas coisas que temos o privilégio de realizar com facilidade. Os garotos, embora fragilizados pela doença, são determinados a aproveitarem cada oportunidade que tem e ficam verdadeiramente felizes quando alcançam um dos seus objetivos.

“Não acreditei que ela estava realmente me deixando descer de trenó. Normalmente ela teria ficado preocupada, com medo de que eu me machucasse. (...) Senti o vento no meu rosto. Senti o frio através das luvas. Avistei os arbustos no fim da ladeira e, além deles, a longa curva do rio. “Nunca me senti tão vivo”, pensei. “Nunca. Quero que este momento dure para sempre.” ”
A linguagem utilizada no livro é bem simples, já que é como se o próprio Sam tivesse escrito, mas em alguns momentos traz assuntos delicados, como quando o garoto questiona sobre “Porque Deus faz as crianças adoecerem?” e cita “Perguntas que ninguém responde” como suas dúvidas sobre a morte.

Como viver eternamente é um típico sick-lit (literatura de doença): fala sobre a vida e a morte sem fantasiar a realidade. Tem grande potencial para arrancar lágrimas dos leitores, mas traz também a possibilidade de ensinar as pessoas a enxergarem de um modo diferente a vida de uma família que tem que enfrentar uma doença como essa.

“- O que você anda aprontando? – perguntou ela, enquanto se sentava ao meu lado para tirar uma amostra de sangue. Tirei minha camiseta para que ela pudesse chegar à minha linha de Hickman. Uma linha de Hickman é um tubo plástico fino e longo que tenho enfiado no meu peito. Eles usam para tirar o meu sangue e dar medicamentos. Não é nada demais, mas é um saco porque está sempre lá e não deixa você se esquecer de que está doente.”


O Céu de Lilly, de Fábio M. Barreto

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"O firmamento era proibido. Viver nas sombras era a única esperança."

Eu sempre digo que contos, quando bem escritos, conseguem nos transportar para mundos tão complexos e intensos como aqueles das longas histórias... Exatamente isso que acontece em "O Céu de Lilly", de Fábio M. Barreto. 

Publicado em e-book e disponível no site da Amazon, esse pequeno conto narra a trajetória de Lilly, uma garota de 14 anos, que abandonada pelo pai e pela mãe após alguns acontecimentos misteriosos, segue por caminhos desconhecidos com outros jovens sobreviventes, e busca respostas para os seus inúmeros e complexos questionamentos. 

"Nunca olhe para as estrelas", foi o primeiro, e último, ensinamento de Tessa."
Enquanto não encontra as respostas para as suas perguntas, ela tenta se esconder e guarda na mente a única lição deixada: nunca olhar para o céu. 

Contudo, certa de que não poderá passar a vida inteira da mesma forma, ela resolve encarar os seus medos e enfrentar o desconhecido. 

Com um cenário tenso e uma narrativa ágil, a história, que mistura suspense, drama e ficção científica, prende a atenção desde o início e a cada página nos questionamos sobre o que está acontecendo com a garota e, principalmente, sobre como os fatos tiveram início.

"No inferno, o clamor dos justos alimenta a ira da maldade."

Fábio M. Barreto construiu uma história brilhante e instigante, que vale a pena ser lida. Inclusive, se gostarem do estilo, fiquem atentos porque na "Apresentação" do e-book, tem a informação de que estou conto iniciou a coleção próprias de contos, que será publicada de forma independente na internet. 

Aproveitem, afinal, nada melhor que encontrar textos de qualidade com preços acessíveis!


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