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O Fio das Missangas, de Mia Couto

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“A vida é um colar. Eu dou o fio, as mulheres dão as missangas.”

Em fio das miçangas o autor entrou em um universo feminino e teceu cada uma das histórias como uma miçanga tece um colar. A sua forma poética de escrever extraiu a alma das palavras e me encantou completamente. 

Mia couto apresentou uma linguagem vigorosa e lírica, reproduzindo a voz de sua terra natal, Moçambique. O seu estilo por vezes lembrou o de Guimarães Rosa, escritor idolatrado por ele.

Os 29 contos presentes no livro invadiram o mundo feminino, dando às mulheres o direito à palavra e colocando significado na nulidade e no abandono que sofrem. Ele demonstrou que para a cultura daquele povo, as mulheres são como objetos descartáveis, que não possuem valor e não merecem respeito. 

As histórias são curtas e centradas na observação dos contextos, personagens ou meras disposições emocionais com valores subtendidos. Os neologismos de Mia devem ser vistos com atenção e cuidado para que possamos compreender melhor as suas mensagens e as suas idéias. 

Abrangendo diversos temas, entre eles morte, insanidade, violência, suicídio e insesto, cada história cativa de forma singular, o que nos mantém presos até o fim da leitura. 

O interessante da obra é a possibilidade de visualizarmos um universo feminino diferente do que vivenciamos atualmente. Por mais que ainda exista, no nosso mundo o preconceito em relação às mulheres já não tem tanta força como em Moçambique. É incrível perceber que por lá a mulher ainda é subjugada e considerada um ser à disposição dos homens. Esse ângulo diverso, somado à visão sensível de Mia, tornou a obra incrível! Vale conferir... 

Sobre Mia:
O escritor Mia Couto nasceu na cidade de Beira, em Moçambique, no ano de 1955. Ele é um dos autores africanos mais importantes, e é constantemente comparado a Gabriel Garcia Márquez, Guimarães Rosa e Jorge Amado. Sua obra-prima Terra Sonâmbula foi eleita uma das melhores do século XX na África. Conquistou o prêmio Vergílio Ferreira pela totalidade de sua obra em 1999; em 2007 angariou o prêmio União Latina de Literaturas Românicas.




Conheça a edição original de Alice no País das Maravilhas

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Que Alice no País das Maravilhas é um clássico da literatura infanto-juvenil todos já sabem. Inclusive, aqui no site já resenhamos o livro e também falamos sobre a evolução da história por meio das capas.

O interessante sobre a história é que ela teve início em um passeio de barco. Quando Charles Lutwidge Dodgson, um matemático da Universidade de Oxford, saiu em uma viagem de barco pelo Tâmisa na companhia de um amigo e de três filhas do reitor da universidade, resolveu afastar o tédio da enorme trajetória narrando a história de uma pequena menina chamada Alice. Encantada com a história, uma das filhas do reitor pediu que Charles escrevesse o que havia narrado. Com isso, três anos depois, a fantástica obra Alice no País das Maravilhas, foi publicada com o pseudônimo Lewis Carroll.

Desde a primeira publicação o livro nunca saiu de catálogo e conquistou leitores do mundo inteiro. O manuscrito original está disponível na Biblioteca Britânica e contém 37 ilustrações feitas pelo próprio escritor. Confiram algumas fotos da Edição:
Quem quiser pode conferir a versão completa no site da Bilioteca, que disponibilizou uma versão online desta obra prima.









10 grandes problemas dos viciados em séries

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1) Sempre está atrasado em algum episódio

2) Nunca consegue ver todas as séries que deseja

3) Acha que todos devem assistir as séries que ele assiste

4) Pensa que todos devem amar as séries que ele ama

5) Fica ofendido quando as pessoas que colocam defeitos nos seus personagens preferidos

6) Fica sempre ansioso pelo próximo episódio ou pela próxima temporada 

7) Não consegue assistir apenas um episódio por dia 

8) Sofre com os amigos inconvenientes que assistem os episódios e postam vários spoilers nas redes sociais

9) Sente um vazio quando a última temporada da sua série preferida chega ao fim

10) Detesta quando o seu personagem preferido não ganha os prêmios anuais


E então leitores, sofrem de alguns desses problemas? Quais? Comentem e participem!



Os Outros, de Neil Gaiman

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- O tempo é fluido por aqui – disse o demônio.

Ele soube que era um demônio no momento em que o viu. Assim como soube que ali era o inferno. Não havia nada mais que um ou o outro pudessem ser.

A sala era comprida, e do outro lado o demônio o esperava ao lado de um braseiro fumegante. Uma grande variedade de objetos pendia das paredes cinzentas, cor de pedra, do tipo que não parecia sensato ou reconfortante inspecionar muito de perto. O pé-direito era baixo, e o chão, estranhamente diáfano.

- Chegue mais perto – ordenou o demônio, e ele se aproximou.

O demônio era esquelético e estava nu. Tinha cicatrizes profundas, que pareciam ser fruto de um açoite ocorrido num passado distante. Não tinha orelhas nem sexo. Os lábios eram finos e ascéticos, e os olhos eram condizentes com os de um demônio: haviam ido longe demais e visto mais do que deveriam. Sob aquele olhar, ele se sentia menos importante do que uma mosca.

- O que acontece agora? – ele perguntou.

- Agora – disse o demônio com uma voz que não demonstrava sofrimento nem deleite, somente uma horripilante e neutra resignação – você será torturado.

- Por quanto tempo?

O demônio balançou a cabeça e não respondeu. Ele percorreu lentamente a parede, examinando um a um os instrumentos ali pendurados. Na outra extremidade, perto da porta fechada, havia um açoite feito de arame farpado. O demônio o apanhou com uma de suas mãos de três dedos e o carregou com reverência até o outro lado da sala. Pôs as pontas de arame sobre o braseiro e observou enquanto se aqueciam.

- Isso é desumano.

- Sim.

As pontas do açoite ganharam um baço brilho alaranjado.

- No futuro, você vai sentir saudade desse momento.

- Você é um mentiroso.

- Não – respondeu o demônio. – A próxima parte é ainda pior – explicou pouco antes de descer o açoite.

As pontas do açoite atingiram nas costas do homem com um estalo e um chiado, rasgando as roupas caras. Elas queimavam, cortavam e estraçalhavam tudo o que tocavam. Não pela última vez naquele lugar, ele gritou.

Havia duzentos e onze instrumentos nas paredes da sala, e com o tempo, ele iria experimentar cada um deles.

Por fim, a Filha do Lazareno, que ele acabou conhecendo intimamente, foi limpa e recolocada na parede na ducentésima décima primeira posição. Nesse momento, por entre os lábios rachados, ele soluçou:

- E agora?

- Agora começa a dor de verdade – informou o demônio.

E começou mesmo.

Cada coisa que ele fizera que teria sido melhor não ter feito. Cada mentira que ele contara – a si mesmo ou aos outros. Cada pequena mágoa, e todas as grandes mágoas. Cada uma dessas coisas foi arrancada dele, detalhe por detalhe, centímetro por centímetro. O demônio descascava a crosta do esquecimento, tirava tudo até sobrar somente a verdade, e isso doía mais que qualquer outra coisa.

- Conte o que você pensou quando a viu indo embora – exigiu o demônio.

- Pensei que meu coração ia se partir.

- Não, não pensou – contestou o demônio, sem ódio. Dirigiu seu olhar sem expressão para o homem, que se viu forçado a desviar os olhos.

- Pensei: agora ela nunca vai ficar sabendo que eu dormia com a irmã dela.

O demônio desconstruiu a vida do homem, momento por momento, um instante medonho após o outro. Isso levou cem anos ou talvez mil – eles tinham todo o tempo do universo naquela sala cinzenta. Lá pelo final, ele percebeu que o demônio tinha razão. Aquilo era pior que a tortura física.

Mas acabou.

Só que, quando acabou, começou de novo. E com uma consciência de si mesmo que ele não tinha da primeira vez, o que de certa forma tornava tudo ainda pior.
Agora, enquanto falava, se odiava. Não havia mentiras nem evasivas, nem espaço para nada que não fosse dor e ressentimento.

Ele falava. Não chorava mais. E, quando terminou, mil anos depois, rezou para que o demônio fosse até a parede e pegasse a faca de escalpelar, ou o sufocador, ou a morsa.
- De novo – ordenou o demônio.

Ele começou a gritar. Gritou durante muito tempo.

- De novo – ordenou o demônio quando ele se calou, como se nada houvesse sido dito até então.

Era como descascar uma cebola. Dessa vez, ao repassar sua vida, ele aprendeu sobre as conseqüências. Percebeu os resultados das coisas que fizera; notou que estava cego quando tomou certas atitudes; tomou conhecimento das maneiras como infligira mágoas ao mundo; dos danos que causara a pessoas que mais conhecera, encontrara ou vira. Foi a lição mais difícil até aquele momento.

- De novo – ordenou o demônio, mil anos depois.

Ele agachou no chão, ao lado do braseiro, balançando o corpo de leve, com os olhos fechados, e contou a história de sua vida, revivendo-a enquanto contava, do nascimento até a morte, sem mudar nada, sem omitir nada, enfrentando tudo. Abriu seu coração.

Quando acabou, ficou sentado ali, de olhos fechados, esperando que a voz dissesse: “de novo”. Porém, nada foi dito. Ele abriu os olhos.

Lentamente, ficou de pé. Estava sozinho.

Na outra ponta da sala havia uma porta, que, enquanto ele olhava, se abriu.

Um homem entrou. Havia terror em seu rosto, e também arrogância e orgulho. O homem, que usava roupas caras, deu alguns passos hesitantes pela sala e parou.

Ao ver o homem, ele entendeu.

- O tempo é fluido por aqui – disse ao recém-chegado.

                            

(Do livro Coisas Frágeis, de Neil Gaiman)



A Menina sem Palavra, de Mia Couto

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Neste livro, publicado pela Editora Companhia das Letras por meio do selo Boa Companhia, encontramos a visão de Mia Couto sobre a infância em Moçambique. Ao longo dos 17 contos conseguimos perceber que as crianças, em qualquer lugar do mundo, são todas iguais: conservam em seus corações e em suas mentes a esperança e a pureza, mesmo quando os seus universos estão rodeados de dor e de medo. 

Os contos são curtos e agradáveis de ler e a linguagem poética de Mia conseguiu traduzir de forma incrível a visão das crianças sobre a vida. Descobertas, anseios, medos e esperança são assuntos tratados pelo escritor com uma delicadeza inigualável. 

O interessante das histórias é que em geral elas não possuem um final definitivo. Elas terminam deixando a sensação de que a partir daquele momento algo vai continuar de forma diferente, que o fluxo da vida vai seguir, trazendo novas experiências e novas conquistas.

Sem dúvida o conto“A Menina sem Palavra”, que inclusive foi escolhido como título do livro, merece destaque. Nele conhecemos uma menina que só conseguia dizer uma palavra: mar. Seu pai, incomodado com a situação e preso à ideia de que aquela palavra deveria significar alguma coisa para a criança, resolveu levá-la para conhecer o mar. O passeio abriu uma infinidade de horizontes para a garota, que ao de voltar para casa, conseguiu descobrir a fala por meio da imaginação. Além de mostrar a importância da imaginação e das histórias para a construção de uma infância saudável, a narrativa demonstra a relevância do apoio familiar e do amor, afinal, se não fosse pela insistência do pai em ajudar a menina a vencer um obstáculo, nada teria mudado.

Além desse, preciso mencionar um conto que me marcou de forma particular: "O Rio das Quatro Luzes". Nele, o garoto sentia uma vontade enorme de morrer, já que considerava a vida extremamente sem graça. O seu avô, com muita sabedoria e sensibilidade, conseguiu ensiná-lo a magia da vida e deixar uma incrível e inesquecível lição de amor. 

Este livro é uma ótima opção para iniciar a leitura de Mia. A linguagem é mais leve que os outros livros, no entanto, mantém o seu estilo peculiar: falas poéticas, repletas de metáforas e analogias, demonstrações da cultura moçambicana e a construção de histórias sensíveis e simplesmente marcantes!

Frozen, Disney, Mickey, Encanto e Nostalgia

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Oi pessoal!

Hoje estou aqui para falar da nova animação da Disney vencedora do Globo de Ouro e que tem brilhado em termos de público e de bilheteria. Para que vocês tenham uma ideia, "Frozen, Uma Aventura Congelante",  tem feito tanto sucesso que ultrapassou a marca de "O Rei Leão". Então vou contar para vocês minhas impressões sobre este filme lindo! 
O curta "Hora da Viagem" 


Fui assistir ao filme Frozen "no escuro", sem ver o trailer. Já na sala de cinema tive minha primeira surpresa: foi exibido um curta que celebra os 85 anos da Disney apresentando seu personagem mais famoso, trazendo muita nostalgia mas sem deixar de lado toques de modernidade.

O curta, que prestigia "O Vapor Willie" (episódio de estreia de Mickey) começa com uma sequência desenhada à mão que remota aos personagens mais tradicionais da Disney, retomando os traços originais dos personagens, e inovando através de gráficos computadorizados. 



"Hora da Viagem" representa além de tudo uma viagem no tempo, transitando dos desenhos originais para o melhor da tecnologia atual, em cenas recheadas de encanto e realismo creditados à uma espetacular exibição em 3D. Foi mágico e emocionante ver um dos personagens mais marcantes da minha infância na telona, provando porque a Disney influenciou tantas gerações.

O Filme
Frozen nos conta a história de duas irmãs: Elsa, uma princesa que possui o poder de congelar pessoas e objetos; e Ana a caçula que se diverte com a magia da irmã. As duas princesas começam a enfrentar alguns problemas quando a magia de Elsa aumenta gradativamente e começa a sair de seu controle, colocando  em risco a segurança de todos à sua volta. 


Ana acaba sofrendo um acidente provocado pelo poder da irmã, obrigando Elsa a crescer reclusa. Ana sofre muito, principalmente por não entender o real motivo do distanciamento da irmã, até que seus pais morrem e ambas são obrigadas a conviver novamente, fazendo com que elas tenham diversas surpresas e muitas situações inusitadas. 
Minhas Impressões:
Frozen é um novo conto de fadas encantador criado pela Disney que estreou no Brasil este ano e vem fazendo um grande sucesso nas bilheterias. A produtora, que já não investia neste gênero há um bom tempo, veio com tudo nesta animação e me deixou com uma enorme sensação de que outros contos de fadas do mesmo estilo poderão ser criados.

O interessante de Frozen é que ele inova ao fugir de alguns clichês presentes em histórias do gênero, sem deixar de lado características tradicionais dos contos de fadas como uma lição de moral, transmissão de valores culturais, o triunfo contra o mal e a presença de um herói ou heroína. 

Para começar Ana e Elsa não são heroínas românticas: apesar de Ana se apaixonar durante a história, o foco é mantido na relação das irmãs e nas tentativas de Ana de se aproximar de Elsa (e tudo isto fica muito claro em uma das cenas mais fofas do filme, quem assistiu sabe qual é). Os "mocinhos" são importantes para a trama, mas não protagonizam o filme como de costume.

A personagem de Ana é adorável, destrambelhada, espontânea, engraçada e determinada a salvar a irmã mesmo quando esta se afasta. Elsa também é uma personagem muito interessante: o tempo que passou reclusa e o medo de machucar as pessoas que ama a tornou uma pessoa madura para a idade, além de resignada, forte, protetora e visivelmente triste. A composição das duas personagens é fantástica, evidenciando a personalidade das duas irmãs através das roupas e da maquiagem. O resultado foi tão bom que já vi vários tutoriais de maquiagem reproduzindo a maquiagem de Elsa, assim como seus vestidos e os de Ana.

A fotografia do filme é um espetáculo e esteticamente muito atraente. Em uma das cenas mais lindas,  Elsa celebra sua liberdade construindo um deslumbrante castelo de cristal para viver, assumindo sua verdadeira personalidade. Tenho certeza que outras pessoas ficaram com vontade de deslizar por aquele gelo ou ver de perto aquele castelo fabuloso.
O filme conta com alguns números musicais, mas quem não gosta do estilo não precisa se preocupar: as cenas são pontuais e não se prolongam por todo o filme. Fiquei com vontade de conhecer também as canções originais, ainda que as canções dubladas tenham sido muito bem executadas (infelizmente animações legendadas são pouco exibidas na minha cidade).

Pra finalizar, não poderia NUNCA deixar de mencionar o personagem mais fofo do filme: Olaf, um boneco de neve doce e muito, muito ingênuo criado por Elsa. Olaf é tão inocente que chega a ser puro, além de muito engraçado, o que traz uma doçura imensa para a história. O personagem é tão legal que dá vontade de ser amiga dele! Mais uma aposta do filme que deu muito certo. 















Ao assistir Frozen, fiquei com a sensação de que a Disney voltou com tudo a fazer contos de fadas, se renovando para criar mocinhas mais  interessantes, e menos indefesas. Então se você ainda não viu, não perca tempo: divirta-se com Frozen (e volte aqui pra me contar se puder). Até a próxima!

Trailer do Filme:













Conheça o Museu Casa Guimarães Rosa

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Quem mora em Belo Horizonte e aqueles que vierem por aqui, não podem deixar de conhecer o Museu Casa Guimarães Rosa, localizado no do município de Cordisburgo (distância de aproximadamente 120 km).
O Museu Casa Guimarães Rosa (MCGR) é uma unidade vinculada à Superintendência de Museus do Estado de Minas e foi inaugurado no ano de 1974, na casa onde o escritor nasceu e passou a infância. 

A sua criação foi idealizada no contexto de dois fatos distintos: o inesperado falecimento de Guimarães Rosa em novembro de 1967 e a criação do IEPHA, que materializava o sonho preservacionista, vigente à época, no âmbito do Estado. 

Concebido como centro de referência da vida e obra do escritor, o Museu preserva um acervo de vários objetos, composto de registros de sua vida profissional como médico e diplomata, objetos de uso pessoal, vestuário, utensílios domésticos, mobiliário e fragmentos do universo rural descrito por Rosa, a exemplo de objetos de montaria e relacionados à atividade pecuária. 

Também está sob a guarda do Museu uma coleção de cerca de 700 documentos textuais entre os quais merecem referência os registros de caráter pessoal (certidões, correspondência recebida e emitida, documentos escolares), discursos, artigos em periódicos e originais manuscritos ou datilografados, a exemplo de “Tutaméia”, sua última obra publicada.
Jardim interno do Museu
No elenco de atividades de ação cultural, desenvolvidas pelo Museu e pela Associação dos Amigos do Museu Casa Guimarães Rosa, a formação e manutenção do Grupo de Contadores de Estórias Miguilim pode ser considerado o projeto de maior alcance sócio cultural. 

Atualmente são cerca de 52 jovens, entre 11 e 18 anos, que recebem formação permanente em técnicas de narração de estórias e sobre a vida e obra de Guimarães Rosa, apresentando um repertório rico. São eles quem apresentam o museu na visita virtual, assim como na presencial. 

Também foi criado o Grupo da Terceira Idade “Estrelas do Sertão” formado por mulheres que se reúnem para conversar, trocar receitas, fazer ginástica, cantar e bordar. Esse trabalho se aproxima da obra de Rosa de uma maneira simples e afetuosa, como, por exemplo, quando uma colcha é bordada com frases e imagens extraídas dos textos, da vida e do imaginário das pessoas.
Outras informações do Museu, assim como endereço e horários de funcionamento, podem ser obtidas no site

Eu adorei conhecer o local e espero que vocês gostem também! No dia do passeio aproveitei para visitar Gruta do Maquiné e a região, que é muito simples, mas muito aconchegante! 


TOP UNIVERSO: Os 15 Vilões mais icônicos do cinema

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Olá pessoal! Esta semana fiz uma lista com os 15 vilões mais icônicos do cinema. A lista é bem pessoal e leva em conta o sucesso, a personalidade e os aspectos físicos que fizeram destes, os vilões que mais me marcaram! Participem e deixem a opinião de vocês!


15º Gremilins


14º Scar

13º  Tubarão
       

12 º Magneto- X Man


11º Hannibal Lecter- Hannibal

10º Jack Torrance - O Iluminado

9º Norman Bates- Psicose

8º Peyton Flanders- A Mão Que Balança o Berço 

7º Freddy Krueger

6º Jason

5º Sauron 

4º Lord Voldemort- Saga Harry Potter

3º Chuck, Boneco Assassino

2º Coringa- Batman

1º Darth Vader- Série Star Wars

Gostaram da lista? Quem vocês acrescentariam? Fiquem à vontade  para comentar e participar! 



As ilustrações do clássico "Livro das Mil e uma Noites"

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A Coleção AS MIL E UMA NOITES sem dúvida é uma das mais importantes da literatura árabe e é reconhecida mundialmente. O clássico ultrapassou fronteiras e até hoje conquista leitores de diversas idades. 

A maior parte das histórias se passa na região que hoje corresponde ao Egito e à Pérsia e entre os temas discutidos temos o amor, a traição e a morte.

Inspirados nessa obra incrível escrita entre os séculos XIII e XVI, o casal de ilustradores Olga Dugina e Andrej Dugin criaram ilustrações fantásticas. Confiram:
No Brasil, a Edição da Editora Cosac Nacyf conta com as ilustrações feitas pelo casal, no entanto, a versão conta apenas com as melhores histórias da coleção. Com o título “As mais belas histórias das mil e uma noites”, o livro tem 5 histórias.
A Globo Livros, pelo selo Biblioteca Azul tem uma coleção incrível, dividida em quatro volumes e com tradução integral e direta do árabe – o tradutor realizou o seu trabalho a partir do manuscrito original. Atualmente, existe um box que reúne todos os volumes, vale a pena conferir:





Antes e depois de atores mirins de nossas séries favoritas

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Confira o antes e depois de atores mirins de algumas de nossas séries favoritas. 



Tasha - Todo mundo odeia o Chris 

Drew - Todo mundo odeia o Chris

Tonya - Todo mundo odeia o Chris

 Greg -Todo mundo odeia o Chris

Chris -Todo mundo odeia o Chris

Ben  - Friends

Emma - Friends

Kady - Eu a patroa e as crianças

Ashley - Um maluco no pedaço

Nick -Um maluco no pedaço

Emília  - Sítio do Pica-Pau Amarelo

Pedrinho - Sítio do Pica-Pau Amarelo

Narizinho - Sítio do Pica-Pau Amarelo

Debby - Turma do Didi


Grandes escritores e as suas cartas de amor

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Que o amor inspira, move montanhas e é a principal fonte de inspirações para milhares de escritores ao redor do mundo inteiro, não é novidade para ninguém. Enquanto alguns apenas falam de amor sem vivenciar o sentimento, outros se inspiravam de forma incrível e escreviam lindas e marcantes cartas de amor para as suas verdadeiras paixões. 


O site “Citador” reuniu algumas passagens de cartas escritas por grandes nomes da literatura. Vejam:

Fiodor Dostoiévski
Bom dia, anjo querido, beijo-te muito. Pensei em ti durante todo o caminho. Acabo de chegar. Sinto-me cansado e instalei-me para te escrever. Acabam de trazer-me chá, e água para me lavar, mas no intervalo escrevo-te umas linhas. (…) Na sala de espera da estação andei de lá para cá a pensar em ti e dizia comigo: mas porque deixei eu a minha Anuska?

Recordava tudo, até ao mais ínfimo escaninho da tua alma e do teu coração. Desde que casámos que descobri não ser digno de um anjo tão doce, tão belo, tão puro como tu – e que crê em mim. Como pude eu deixar-te? Para onde vou? Porquê? Deus confiou-te a mim para que nenhuma das riquezas da tua alma se perdesse – pelo contrário, para que tudo se desenvolva e floresça rica e esplendorosamente. Deus entregou-te a mim para que, por ti, eu resgate os meus enormes pecados, ao apresentar-te a Ele amadurecida, conservada, salva de tudo o que é baixo e ofende o espírito. E eu (…) eu o que faço é perturbar-te com coisas tão estúpidas como a minha viagem a este lugar.

- Fiodor Dostoievski, em Carta a Anna Grigórievna Snítkina (1867).

Almeida Garrett
Que suprema felicidade foi hoje a minha, querida desta alma! Como tu estavas, linda, terna, amante, encantadora! Nunca te vi assim, nunca me pareceste tão bela! Que deliciosa variedade há em ti, minha Rosa adorada! Possuir-te é gozar de um tesouro infinito, em esgotável. Juro-te que já não tenho mérito em te ser fiel, em te protestar e guardar esta lealdade exclusiva que te hei-de consagrar até ao último instante da minha vida: não tenho mérito algum nisso. Depois de ti, toda a mulher é impossível para mim, que antes de ti não conheci nenhuma que me pudesse fixar.

E o que eu te estimo e aprecio além disso. A ternura de alma verdadeira que tenho por ti. Onde estavam no meu coração estes afectos que nunca senti, que só tu despertaste e que dão à minha alma um bem-estar tão suave? Realmente que te devo muito, que me fizeste melhor, outro do que nunca fui. O que sinto por ti é inexplicável. Bem me dizias tu que em te conhecendo te havia de adorar deveras. É certo, assim foi, e estou agora seguro deste amor, porque repousa em bases tão sólidas que já nada creio que o possa destruir. Deixaste-me hoje num estado de felicidade tal, com tanta serenidade no coração, que não creio em toda a minha vida que ainda tivesse um dia assim. A minha imaginação foi exaltada, tão difícil, nunca foi além das doces realidades que tu me fazes experimentar.

Tinha desesperado de encontrar a mulher que Deus formara à minha semelhança – achei-a em ti, e já não desejo a vida senão para gozar contigo e para me arrepender a teus pés do mal que fiz, do tempo que perdi, do que te roubei da minha existência para o mal empregar nas misérias de que me tenho querido ocupar. Digo – que me tenho querido, porque não consegui nunca: o meu espírito rebelava-se, o meu coração ficava indiferente, nunca foram de ninguém senão teus. Não penses que exagero: por Deus te juro que assim é, e que me podes crer: eu a ninguém amei, a ninguém hei-de amar senão a ti.

- Almeida Garrett, em Carta a Rosa Barreiras.

Machado de Assis
Diz a Madame de Stael que os primeiros amores não são os mais fortes porque nascem simplesmente da necessidade de amar. Assim é comigo; mas, além dessa, há uma razão capital, e é que tu não te pareces nada com as mulheres vulgares que tenho conhecido. Espírito e coração como o teu são prendas raras; alma tão boa e tão elevada, sensibilidade tão melindrosa, razão tão recta não são bens que a natureza espalhasse às mãos cheias (…). Tu pertences ao pequeno número de mulheres que ainda sabem amar, sentir, e pensar. Como te não amaria eu? Além disso tens para mim um dote que realça os mais: sofreste. É minha ambição dizer à tua grande alma desanimada: «levanta-te, crê e ama: aqui está uma alma que te compreende e te ama também».

A responsabilidade de fazer-te feliz é decerto melindrosa; mas eu aceito-a com alegria, e estou certo que saberei desempenhar este agradável encargo. Olha, querida; também eu tenho pressentimento acerca da minha felicidade; mas que é isto senão o justo receio de quem não foi ainda completamente feliz?

Obrigado pela flor que mandaste; dei-lhe dois beijos como se fosse a ti mesma, pois que apesar de seca e sem perfume, trouxe-me ela um pouco de tua alma. Sábado é o dia da minha ida; faltam poucos dias e está tão longe! Mas que fazer? A resignação é necessária para quem está à porta do paraíso; não afrontemos o destino que é tão bom connosco. (…) Depois… depois querida, queimaremos o Mundo, porque só é verdadeiramente senhor do Mundo quem está acima das suas glórias fofas e das suas ambições estéreis. Estamos ambos neste caso; amamo-nos; e eu vivo e morro por ti.

- Machado de Assis, em Carta a Carolina de Novais (1869).

Fernando Pessoa
Meu Bebé, meu Bebezinho querido:

Sem saber quando te entregarei esta carta, estou escrevendo em casa, hoje, domingo, depois de acabar de arrumar as coisas para a mudança de amanhã de manhã. Estou outra vez mal da garganta; está um dia de chuva; estou longe de ti — e é isto tudo o que tenho para me entreter hoje, com a perspectiva da maçada da mudança amanhã, com chuva talvez e comigo doente, para uma casa onde não está absolutamente ninguém. Naturalmente (a não ser que esteja já inteiramente bom e arranje as coisas de qualquer modo, o que faço é ir pedir guarida cá na Baixa ao Marianno Sant’Anna, que, além de ma dar de bom grado, me trata da garganta com competência, como fez no dia 19 deste mês quando eu tive a outra angina.

Não imaginas as saudades de ti que sinto nestas ocasiões de doença, de abatimento e de tristeza. O outro dia, quando falei contigo a propósito de eu estar doente, pareceu-me (e creio que com razão) que o assunto te aborrecia, que pouco te importavas com isso. Eu compreendo bem que, estando tu de saúde, pouco te rales com o que os outros sofrem, mesmo quando esses «outros» são, por exemplo, eu, a quem tu dizes amar. Compreendo que uma pessoa doente é maçadora, e que é difícil ter carinhos para ela. Mas eu pedia-te apenas que «fingisses» esses carinhos, que «simulasses» algum interesse por mim. Isso, ao menos, não me magoaria tanto como a mistura do teu interesse por mim e da tua indiferença pelo meu bem-estar.

Amanhã e depois, com as duas mudanças e a minha doença, não sei quando te verei. Conto ver-te à hora indicada amanhã — às 8 da noite ou de aí em diante. Quero ver, porém, se consigo ver-te ao meio-dia (embora isso me pareça difícil), pois às 8 horas quem está como eu deve estar deitado.

Adeus, amorzinho, faz o possível por gostares de mim a valer, por sentires os meus sofrimentos, por desejares o meu bem-estar; faz, ao menos, por o fingires bem.

Muitos, muitos beijos, do teu, sempre teu, mas muito abandonado e desolado.

- Fernando Pessoa, em Carta a Ofélia Queiroz (28 Mar 1920).

Florbela Espanca
Então tu pensas que há muitos casais como nós por esse mundo? Os nossos mimos, a nossa intimidade, as nossas carícias são só nossas; no nosso amor não há cansaços, não há fastios, meu pequenito adorado! Como o meu desequilibrado e inconstante coração d’artista se prendeu a ti! Como um raminho de hera que criou raízes e que se agarra cada vez mais. Vim para os teus braços chicoteada pela vida e quando às vezes deito a cabeça no teu peito, passa nos meus olhos, como uma visão de horror, a minha solidão tamanha no meio de tanta gente! A minha imensa solidão de dantes que me pôs frio na alma. Eu era um pequenino inverno que tremia sempre; era como essa roseira que temos na varanda do Castelo que está quase sempre cheia de botões mas que nunca dá rosas! Na vida, agora há só tu e eu, mais ninguém. De mim não sei que mais te dizer: como bem mas durmo mal; falta-me todas as manhãs o primeiro olhar duns lindos olhos claros que são todo o meu bem.

- Florbela Espanca, em Correspondência (1921)

Richard Wagner
O que me eleva, o que em mim perdurará, é a felicidade de ser amado por ti. Veneza, o Grande Canal, a Piazzetta, a Praça de S. Marcos – um mundo desvanecido. Tudo se torna objectivo como uma obra de arte. Instalei-me num imenso palácio debruçado para o Grande Canal, de que neste momento sou o único habitante. Salas enormes, espaçosas, onde vagueio à minha vontade. Tendo a minha instalação uma importância grande no aspecto técnico e material do meu trabalho, nela ponho todo o meu cuidado. Escrevi logo para que me mandem o «Erard». Soará admiravelmente nos salões do meu palácio. O singular silêncio do Canal convém-me às mil maravilhas. Só deixo a casa pelas cinco horas, para ir comer. Depois passeio pelo jardim público; breve paragem na Praça de S. Marcos, de um tão teatral efeito, por entre uma multidão que me é completamente estranha e apenas me distrai a imaginação. Pelas nove horas regresso de gôndola, encontro o candeeiro aceso, e leio um pouco antes de adormecer…

Esta solidão, único alvo que procuro e que aqui se torna agradável, anima-me. Sim, espero curar-me em tua intenção. Conservar-me para ti significa consagrar-me à minha arte. Tornar-me tua consolação, através dessa arte, eis a tarefa que me é dada; convém à minha natureza, ao meu destino, à minha vontade e ao meu amor. Deste modo permanecerei teu. E também tu te curarás através de mim. Aqui hei-de terminar «Tristão e Isolda» a despeito do furor do Mundo, e com ele regressarei para te ver e te levar a paz e a felicidade. Eis o que diante de mim tenho como a mais bela e a mais santa das esperanças. Heróico Tristão, heróica Isolda, ajudai-me, ajudai o meu anjo.

- Richard Wagner, em Carta a Mathilde Wasendok (1858).

Lord Byron
Meu amor adorado: a tua querida cartinha ao chegar-me hoje às mãos veio dar-me o primeiro momento de alegria desde que partiste. O que eu sinto corresponde exactamente – ai de mim – aos sentimentos que expressas, mas é-me muito difícil responder na tua bela língua a essas doces expressões, que merecem uma resposta mais em actos do que em palavras. Espero, no entanto, que o teu coração seja capaz de sugerir tudo o que o meu gostaria de te dizer. Talvez que se te amasse menos não me custasse tanto exprimir o meu pensamento, pois tenho de vencer a dupla dificuldade de expor um sofrimento insuportável numa língua estranha. Desculpa os meus erros. Quanto mais bárbaro for o meu estilo, mais se assemelhará ao meu Destino longe de ti. Tu, o meu único e derradeiro amor – tu, minha única esperança – tu, que já me habituara a considerar só minha – partiste e eu fiquei sozinho e desesperado. Eis a nossa história em poucas palavras. É esta uma provação que suportaremos como outras suportámos, porque o amor nunca é feliz, mas devemos, tu e eu, sofrer mais ainda, pois tanto a tua situação como a minha são igualmente extraordinárias.

(…) Quando o Amor não é o Senhor de um coração, quando não cede tudo perante ele, quando não se lhe sacrifica tudo, então trata-se de Amizade, – de estima – de tudo o que tu quiseres, mas de Amor é que não.

(…) Antes de te conhecer estava sempre interessado em muitas mulheres, nunca numa só. Agora, que te amo, não existe nenhuma outra mulher no Mundo. Falas de lágrimas e da nossa desdita; o meu sofrimento é interior, não choro.

(…) Meu tesouro adorado – tremo enquanto te escrevo, como treme o mesmo doce bater de coração. Tenho milhares de coisas para te dizer e não sei como dizer-tas – um milhão de beijos para te dar, e, ai de mim, quantos suspiros! Ama-me – não como eu te amo, pois te sentirias muito infeliz; não me ames como eu mereço, pois não seria o bastante – ama-me como te ordena o coração. Não duvides de mim. Sou e serei sempre o teu mais terno amante.

- Lord Byron, em Carta a Teresa de Guiccioli (1819).

Benjamim Constant
Perdoe-me se me apaixonei a este ponto de si. Mas não passarei daqui, nem ninguém me verá! Fechado num quarto da pousada, espero a sua resposta. Esperarei seis horas por umas linhas suas e depois volto para Paris. Já nem sei viver, vagueio por aí, ferido de morte. Prefiro cansar-me em longos passeios a cavalo, a consumir-me na solidão, ou no meio de pessoas que deixaram de me entender… Ordene-me que parta e não tornará a ser atormentada por um homem a quem um mês bastou para perder a razão.

Muito gostaria de surpreender o seu primeiro pensamento ao acordar; não posso descrever-lhe o reconhecimento que me enche o coração, este coração que reclama apenas a sua amizade, que saberá conquistá-la através de todos os sacrifícios, que é completamente vosso até ao seu último alento.

Não me conformo com a ideia de ser abandonado. O seu interesse é-me mil vezes mais preciso do que a própria vida, mas saberei moderar a expressão dos meus sentimentos e não terei outras aspirações do que as que me forem permitidas; também saberei esconder-lhe os meus temores; respeitarei o seu repouso – mas vê-la-ei, e nunca mais haverá felicidade na minha vida se não puder consagrar-lha inteiramente.

- Benjamim Constant, em Carta a Madame Récamier (1814).

Eça de Queirós
Bom! Recebo neste instante a sua carta escrita à luz de uma só vela – e tenho de retirar tudo, tudo, tudo o que escrevi! Pois acabou-se! Não retiro. A minha querida dizia no outro dia que devíamos mostrar um ao outro todos os estados de espírito em que tivéssemos estado. Mostro-lhe, assim, que estive hoje, ontem, antes de ontem num estado de impaciência por uma palavra sua, gemendo e queixando-me de «ne voir rien venir». E mostro-lhe assim o desejo de ter todos os dias, ou quase todos, um doce, adorado, apetecido e consolador «petit mot». (…) As pessoas que se estimam nunca deviam se apartar; a culpa tem-na a nossa complicada civilização; o encanto seria que os que se amam se juntassem em tribos, acampando aqui e além, com as suas afeições e a sua bilha de água, and «settling down to be happy, anywhere, under a tree».

Cada dia que passa, agora, me aproxima de si. (…) Eu também não realizo bem a situação. Ela não deixa de ser ligeiramente romântica. Separamo-nos amigos, reencontramo-nos noivos. Que profunda, grave, séria diferença! Enquanto a gente se escreve, num tom de alegre felicidade, gracejando por vezes, falando de sentimentos e dando «notícias do coração» – «a coisa» parece apenas uma «flirtation» (…) Mas quando se pensa bem! Há então nessa coisa como uma severidade quase religiosa, uma sacro-santidade que assusta e perturba. Duas almas que se unem para sempre e que, tendo individualidades diferentes, não podem jamais tornar a ter interesses diferentes!

- Eça de Queirós, em Carta a Emília de Rezende (1885).

Victor Hugo
Acabei, enfim, acabei! E logo me precipito a enviar-te uma palavrinha! Amo-te, és a minha vida, toda a minha vida. Aqui estou, pois, liberto! Que alegria! Até logo! Amo-te mais do que nunca. E tu, como te sentes esta manhã, minha alegria? Passaste bem a noite, ao menos? Irei encontrar o teu belo rosto radioso como o céu, que ontem chorava e hoje sorri? Preciso que tenhas saúde, que me ames, que sejas feliz. Preciso de ti, da tua saúde, do teu amor, da tua felicidade. Sabes, pobre querida, que podes viver descansada enquanto eu viver. O céu fez as minhas mãos para que reparassem a tua vida meio desfeita, a minha alma para compreender o teu coração, os meus lábios para beijar os teus pés.

(…) Olho para o passado com embriaguês, mas não é com menos deslumbramento que encaro o nosso futuro. Eis-nos, agora, um do outro para todo o sempre, sem ansiedades, sem inquietações, sem angústias. Atravessámos e vencemos tudo o que era mau e que poderia ser fatal. Estamos na plena posse dos nossos dois destinos fundidos num só. O nosso amor não terá a frescura dos primeiros tempos, mas é um amor posto à prova, um amor que conhece a sua força, e que mesmo para além do túmulo, espera ser infinito. O amor, quando nasce, só vê a vida, o amor que dura vê a eternidade.

- Victor Hugo, em Carta a Juliette Drouet.





Anna e o beijo francês, de Stephanie Perkins

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Anna Oliphant é uma garota de 17 anos que mora em Atlanta, está em seu último ano do colégio e se sente bastante satisfeita com a vida tem. Apaixonada por cinema, Anna se considera uma garota de sorte por poder trabalhar em um cinema da sua cidade, gastar suas horas com sua melhor amiga e se deliciar com o romance que está prestes a vivenciar com seu colega de trabalho. Eis que um fato grandioso muda o rumo dos acontecimentos. Seu pai decide que ela deverá estudar seu último ano de colegial em Paris, oui! A CIDADE LUZ. Porém, Anna não se sente nem um pouco entusiasmada com a idéia, pelo contrário, relutância e pânico são os únicos sentimentos que ela consegue sentir por um período considerável de tempo. 

A história de Anna e seu um ano de vida em Paris é encantadora nos mais diversos sentidos. À medida que o tempo passa, ela irá descobrir não só a esplêndida cidade de Paris e todos os seus mais singelos encantos, mas também o amor na sua forma mais pura e o amadurecimento intelectual e emocional, com tudo que uma viagem de intercâmbio tem a oferecer a uma jovem que está começando a descobrir os encantos da vida. É muito fácil mergulhar na história, simpatizar com Anna e se identificar com as suas dúvidas e confusões. Em certo momento, nos apaixonamos pelos personagens de tal forma que desejamos intensamente que eles fossem reais. 

Étiénne St. Clair é um garoto que Anna conhece em seu novo colégio na França. A complexidade do personagem já começa pela mistura do seu nome e de nacionalidade. Étiénne é um típico francês, porém, americano, nascido na Inglaterra. Confuso? Sim. É bastante confuso, porém, é uma confusão encantadora e deliciosa. Anna e Étiénne se tornam amigos de uma forma muito pura e real. Os sentimentos de amor e desejo se misturam e tudo fica mais complicado porque ele possui um namoro estável e confortável com outra garota. As dúvidas e desejos de Anna e Étiénne são extremamente possíveis e fáceis de identificar em nós mesmos. Acho que por isso, o romance se torna tão prazeroso e delicado. Pela naturalidade que possui. 

Nesse ponto da resenha, peço licença para fazer um relato bem pessoal. Este é, provavelmente, o meu livro preferido. Talvez pelo momento que estava vivendo quando o li, ou por já ter vivido uma história bonita de intercâmbio. Fato é que o li em um dia e uma madrugada e chorei no final porque eu queria muito que os personagens existissem na vida real. Que fossem meus amigos, meus vizinhos...queria fazer parte daquela história de alguma forma. Eu tinha 23 anos quando li o livro pela primeira vez e já o reli diversas vezes desde então. Logo que terminei, emprestei o livro para o meu pai (que tem cinqüenta e tantos anos, a propósito) e se encantou de igual forma com a história e devorou o livro rapidamente. Talvez isso se explique porque ambos temos paixão por Paris, por viagens e por histórias de amor. Deixando de lado essas revelações pessoais, o livro é especial e encantou a todos os leitores que dividiram comigo a experiência dessa leitura. Recomendo de olhos fechados!

Na próxima matéria na nossa coluna de Arte, aproveitando o delicioso assunto francês, vou contar mais sobre Paris com fotos e curiosidades pra quem já foi ou pretendi ir á CIDADE LUZ. 


O Estranho caso de Yoda de Origami, de Tom Angleberger

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Sinopse: 

DOUG É UM GAROTO MUITO, MUITO ESTRANHO.

Ele sempre faz coisas esquisitas, como usar a mesma camiseta durante um mês, dançar feito maluco e se deitar no chão da biblioteca. Isso é constrangedor, principalmente para Tommy, que passa o recreio com ele todos os dias.

Por outro lado, Doug faz uma coisa muito legal: origamis. Um belo dia, ele cria um dedoche de origami do Yoda, o sábio personagem da saga Guerra nas estrelas. E aí tem início um grande mistério.

O Yoda de Origami prevê o futuro e sempre sabe como lidar com uma situação difícil. Seus conselhos funcionam mesmo e logo a maioria dos alunos da escola está fazendo fila em busca de soluções para seus problemas.

Tommy não entende como o Yoda de Origami pode ser tão sagaz se o Doug é tão sem noção. Será que o Yoda está usando a Força? Tommy precisa resolver esse mistério antes de aceitar seu conselho sobre uma garota.

Este é o relatório que Tommy preparou ao investigar O estranho caso do Yoda de Origami. Para torná-lo imparcial, ele incluiu os comentários de Herbert, um colega que nunca acreditou no Yoda de Origami. Também pediu a opinião de Kevin, que só fez uns rabiscos em volta do texto. Veja como ficou!

Minhas Impressões:

No fim do ano passado, no mesmo dia do Black Friday, teve uma promoção no site da Saraiva e vários livros estavam com preços ótimos. Comprei seis e entre eles um me chamou muita atenção por ser bem diferente: um livrinho verde, de capa dura e com o Yoda na capa. 

O Estranho Caso do Yoda de Origami é um nome bem chamativo e eu adoro os livros do gênero infanto-juvenil. Neste, o que me surpreendeu foram as ilustrações. O livro é todo desenhado, cheio de imagens, como se fosse um caderno de um garoto no colégio.

A história foi contada por Tommy, um garoto comum do colegial, que era apaixonado por Sara. Tommy tinha alguns amigos bem esquisitos como o Herbert, Lucas, Mike,Kevin, Bem e o Doug. Esse último era daquele tipo esquisitão, que tirava meleca, falava coisas sem noção, se enterrava em um buraco no quintal da sua casa, sempre se metia em encrencas e parecia um bobão. No entanto, era excelente na arte de montar origamis.

Um dia ele aparece com um estranho dedoche de papel com o formato do Yoda (do Star Wars), dizendo coisas sensatas, dando dicas e conselhos, que ele mesmo não seguia. Além disso, estava com uma voz horrorosa, como se estivesse imitando a voz do personagem. 

Apesar de todas as mudanças, ninguém se importou, afinal, os conselhos do Yoda de Origami eram úteis e sempre tiravam os meninos de várias enrascadas! De repente, o colégio inteiro sabia da existência do boneco de Doug e as perguntas que não saiam da cabeça de Tommy eram as seguintes: será verdadeiro? O dedoche realmente possui a Força? É uma invenção do idiota do Doug? Se sim, como é tão sábio e pode até prever o futuro?

Então, para analisar a questão e chegar a uma conclusão, ele resolveu montar um caderno com provas do que o Yoda era capaz.  Vários alunos deram as suas versões da história. Amo mesmo tempo em que Tommy tentava comprovar que tudo era verdadeiro, o seu amigo Herbert criticava as ações de Doug e tentava provar o contrário, já que para ele Yoda não passava de uma farsa.

Eu realmente me diverti muito lendo esse livro. As páginas parecem folhas de papel amassada e são pretas e cinzas. A história é rápida de ler e muito engraçada.

Para melhorar, o escritor ainda se utilizou de diálogos repletos de "tiradas". Essa técnica foi excelente, principalmente para os  fãs de Star Wars. Vejam o diálogo de perguntas ao Yoda:

P: Ei, Yoda de Origami, você viu aquele vídeo no Youtube totalmente hilário em que o Chewbacca dança com um Jawa?

Yoda: O que um Jawa é?

P: Você sabe, um Jawa. Um daqueles carinhas do filme.

Yoda: Que filme?

P: Guerra nas Estrelas!

Yoda: O quê?

P: Episódio quatro! Uma nova esperança! Star Wars, cara!

Yoda: Nesse filme eu estava não.

O autor, Tom Angleberger, ainda fez mais dois livros com a mesma temática: Darth PaperStrikes Back e The Secretofthe Fortune Wookiee, que ainda não foram publicados por aqui, mais que espero que seja em breve, principalmente se forem tão divertidos como esse.


Tatuagens inspiradas na literatura

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Olá leitores! 

Hoje listamos pra vocês algumas tatuagens incríveis baseadas em livros famosos! Confiram e inspirem-se!

O Pequeno Príncipe

O Pequeno Príncipe

Peter Pan

Trilogia Jogos Vorazes

Alice No País das Maravilhas

Laranja Mecânica


Calvin e Haroldo


Saga Harry Potter


Clube da Luta

O Mágico de Oz

O Velho e o Mar

Guia do Mochileiro das Galáxias

Saga Harry Potter

A Culpa é das Estrelas

Saga Harry Potter

 Alice no País das Maravilhas

As Vantagens de Ser Invisível

As Vantagens de Ser Invisível

Mafalda

Mafalda


Eu, de Florbela Espanca

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Eu sou a que no mundo anda perdida,

Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada... a dolorida...

Sombra de névoa ténue e esvaecida,
E que o destino, amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!

Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê...

Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver
E que nunca na vida me encontrou!



Loucuras do Rock - 191 histórias reais e absurdas, de Paulão de Carvalho

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O consenso geral nos diz que quando o assunto é rock n’ roll só existem loucuras. Veja bem, não confie apenas no “geral” siga sua própria opinião. No entanto, no caso desse livro, o “consenso geral” se aplica em perfeita harmonia. Astros do rock fazem pequenas e imensas loucuras em todas as turnês pelo mundo ou até mesmo diariamente.

Paulão de Carvalho, roqueiro, músico e jornalista, conta no livro “Loucuras do Rock” histórias reais, surpreendentes e engraçadas do mundo da música. Ele divide em 14 temas que variam de “Acidentes” a “Mulheres”, de “Álcool” a “Escolas”, e por assim em diante. Onde você menos imaginar, lá estará uma loucura e Paulão lhe colocará a par da história.
Com uma leitura super leve, uma escrita clara e muito bem humorada para todo tipo de público, o leitor se delicia em momentos de risadas e perplexidades em razão da tamanha capacidade dos astros da música em fazerem idiotices caóticas.

Com um humor sagaz em que a própria história, muitas vezes, faz a situação, o autor escreve seu livro de uma forma muito simples, cômica, inteligente e rápida. A cada capítulo você surpreende com o que está prestes a descobrir sobre algumas bandas/artistas. Nem sempre são bons momentos, como a triste história de Marilyn Manson, na qual sofrera abusos sexuais do vizinho, ao contar para seus pais o agressor se vingou matando sua cadela.

Uma mistura de histórias nacionais e internacionais que nem sempre são conhecidas pelo grande público, e quando já é conhecida você acaba lendo em uma “sonoridade” distinta e o tal conhecimento (mesmo sendo o mesmo) parece algo novo.





Sobre o Escritor:

O paulista Paulão de Carvalho é radialista, roteirista de TV, músico profissional, ícone do rock brasileiro e fundador da maior banda independente do país, a Velhas Virgens, vou adicionar, por minha conta e risco, ‘humorista’ entre suas habilidades profissionais. Eu diria que 90% das histórias contadas por esse veterano fará todo “amante” de rock cair na gargalhada em 3, 2, 1 e já.
Escritor do livro



15 motivos para que você leia livros

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Nós amamos a leitura e adoramos os prazeres que ela nos proporciona. No entanto, no post de hoje serão apresentados motivos pelos quais a leitura é essencial para a qualidade de vida. Muito mais que prazer, ela traz benefícios para a saúde, para a profissão e até para os relacionamentos. 

O jornalista e escritor Luiz Pimentel reuniu vários motivos pelos quais todos devem ler e devido à relevância dos mesmos, resolvemos contar para vocês. Confiram a matéria que ele fez para o R7:
Meio que todo mundo sabe que ler é bom em diversos níveis, mas juntei aqui 15 motivos de fontes diferentes que provam cientificamente que ler faz bem. Para tudo.

1. Ler ajuda a dormir melhor
Todo mundo interage com tela atualmente. Mas as emissões de sinais eletrônicos coloca sua mente em estado de atenção (como se fosse para se manter acordado). Ler com luz suave tem o efeito oposto. Quem tem o costume de ler umas páginas antes de dormir sabe bem disso.
Fonte: huffingtonpost.com

2. Ler reduz stress
A Universidade de Sussex provou que seis minutos somente de leitura diária são mais eficientes até do que ouvir música ou caminhar para combater stress.
Fonte: huffingtonpost.com

3. Ler te deixa mais bonito (tá, atraente)
Basicamente porque ler causa a impressão inerente de te deixar mais esperto, logo mais confiante, logo isso reflete inclusive na sua postura, que é uma das principais armas de sedução.
Fonte: buzzfeed.com

4. Ler encoraja a busca por conquistas
A Universidade do Estado de Ohio fez um estudo interessante, de que quanto mais você se identifica com um (ou vários) personagem na leitura, muito maior é a chance de você tomar ações na vida.
Fonte: rd.com

5. Ler aprimora sua empatia
É um dos resultados imediatos da leitura. Estudo mostra que se deixar envolver pela leitura e pelos desafios de personagens do livro traz sentimento de identificação e consequente empatia aos esforços dos outros.
Fonte: huffingtonpost.com

6. Livros de auto-ajuda são importantes aliados no combate à depressão
Isso também é provado também cientificamente. O número de depressivos e, mais importante, o grau de depressão diminui consideravelmente com a leitura de livros de auto-ajuda no período de um ano. Pense nisso antes de criticar a “indústria dos livros de auto-ajuda”.
Fonte: huffingtonpost.com

7. Ler amplia seu vocabulário
Um hospital em Rhode Island fez um teste em crianças de oito anos, e aquelas para as quais os pais liam histórias tiveram desenvolvimento de vocabulário 40% maior. Isso é amplificado na vida adulta.
Fonte: raisesmartkid.com

8. Ler te torna mais rico culturalmente e menos preconceituoso
Outro estudo, do National Endowment for the Arts, mostra que a leitura desperta uma aceitação maior por outras culturas. Logo, por hábitos diferentes dos seus.
Fonte: rd.com

9. Ler é tão terapêutico quanto música e cinema
A American University fez pesquisa e recomenda que, quando em momento de dificuldade na vida, ler sobre tema correlato induz a vivenciar a luta do personagem no livro e transportar para a vida prática.
Fonte: buzzfeed.com

10. Ler um romance melhora atividade cerebral por dias
Pesquisa da Universidade Emory aponta que o resultado da leitura atua nos moldes de exercícios físicos para o cérebro. Romances o transportam para experiências de outras pessoas e a imersão tem resultados biológicos.
Fonte: independent.co.uk

11. Ler previne Alzheimer e Demência
O cérebro exercitado funciona como o coração – benefícios a longo prazo e diversos estudos apontam prevenção das duas.
Fonte: huffingtonpost.com

12. Leitores são mais inteligentes e têm melhor memória
Quando você lê, cria espaço para novas memórias no cérebro. Quando você exercita o cérebro dessa maneira, o órgão cria novas sinapses e afia a capacidade de memória, abrindo espaço para mais informações serem guardadas.
Fonte: buzzfeed.com

13. Ler faz com que você escreva melhor
Quando você lê, se torna uma espécie de ladrão de estilo (de escrita). Quanto mais você se identifica com a maneira de o autor escrever, mais aquilo afeta e aprimora sua capacidade de escrita. Da mesma forma que músicos são influenciados por músicas que gostam.
Fonte: buzzfeed.com

14. Ler traz de fato o mente sã em corpo são
Leitores são provados cientificamente melhores alunos nas academias, têm compromisso maior com desempenho e com regularidade de atividade física.
Fonte: rd.com

15. Ler te faz um ser humano mais humano
Mais um estudo: quem lê regularmente tem três vezes mais chance de exercer alguma função de caridade ou mesmo de praticar isso no dia a dia, pois a leitura comprovadamente te faz mais sensível aos problemas que nos rodeiam.
Fonte: independent.co.uk

Se você chegou até aqui, começou bem.


Ninfomaníaca (Parte 1), de Lars Von Trier

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Conhecido pelos filmes impactantes e que adentram na mente humana sem quaisquer reservas, Lars Von Trier deixou muita gente ansiosa quando anunciou que faria um filme sobre sexo e mais, sexo sem nenhum pudor. 

O filme despertou ainda mais interesse quando ele divulgou os atores: Uma Thurman, Cristian Slater e Willian Dafoe. Ora, com esse elenco de peso e com um diretor diferenciado, as expectativas eram grandes e, ao mesmo tempo, duvidosas. 

A verdade é que após assistir o filme, digo sem medo que Lars se superou. Ele conseguiu apresentar cenas intensas de sexo sem apresentar vulgaridade e promiscuidade. A forma como ele conduziu o roteiro foi simplesmente incrível e ao invés de criar um impacto pela sensualidade, ele criou impacto pela culpa. Em momento algum as cenas eróticas foram sensuais, mas sim tensas. Elas não causaram desejos e sim angústias. 

A protagonista, Joe, completamente ninfomaníaca e desprovida de pudores, se sentia vazia, solitária e humilhada, mas seus impulsos carnais não permitiam que ela mudasse de postura. Com um forte julgamento moral e uma culpa exacerbada, a personagem apresentou uma complexidade incrível e conseguiu criar um desconforto enorme no espectador. 
Quando de forma inusitada encontrou um senhor e resolveu contar a sua história, o diálogo entre eles permitiu que ela se libertasse e, ao mesmo tempo, refletisse sobre quem ela era realmente. O seu ouvinte, por meio de metáforas e analogias, foi colocando pontos de vista inovadores e que tornaram a conversa rica e completamente interessante. 

Dividido em cinco capítulos, o filme abordou a vida de Joe desde a infância até a juventude, no entanto, não existiram cenas desnecessárias e explicações inúteis. Tudo se completou e cada parte serviu de sustentação para outra. 
Além do incrível e inquietante roteiro, é imprescindível destacar as atuações. Os atores estavam simplesmente brilhantes e não deixaram nada a desejar. Obviamente, nesta primeira parte, o destaque foi dado para Stacy Martin, que interpretou Joe quando nova, no entanto, a tensão de Uma Truman ao narrar a vida da personagem foi essencial para abrilhantar o filme. 
Claro que é um filme de cenas intensas e pesadas, os mais sensíveis certamente não irão gostar. No entanto, é inegável que a abordagem do diretor foi diferenciada e cuidadosa. Ele entrou na mente da protagonista e criou uma figura sem clichês - ela não sofreu nenhum abuso e não tinha nenhuma razão aparente para ser ninfomaníaca, ela simplesmente era. Sem razões, sem justificativas e sem desculpas.

Um ponto a ser observado era a relação de Joe com o pai. Em meio a sua frieza e à sua obsessão ela cultivava por ele um sentimento puro e leve, que lhe acalmava e tranquilizava. Esse sentimento fraternal foi essencial para mostrar as várias facetas de uma personalidade. 
Por fim, é preciso mencionar a trilha sonora. Lars se utilizou do som da banda alemã Rammsteim, famosa pelo estilo "groove metal". Com isso, ele despertou a visão do espectador para o filme logo na primeira cena. Além disso, também se utilizou de Bach, fazendo um misto incrível de sons que se alternaram conforme o ritmo das cenas.

Trailer:

Devido ao conteúdo, não colocarei o vídeo no post, mas quem tiver interessa poderá encontrá-lo no You Tube.


21 Grandes clássicos da literatura que viraram filmes

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Olá leitores!

Hoje elaborei uma lista com grandes obras e clássicos da literatura que ganharam versões cinematográficas. Confiram: 

Romeu e Julieta


Crime e Castigo (1)

Nina (Crime e Castigo versão nacional) 

Os Três Mosqueteiros

Lolita

Hamlet

Orgulho e Preconceito


Razão e Sensibilidade

O Conde de Monte Cristo

A Revolução dos Bichos

O Corcunda de Notre Dame


O Corcunda de Notre Dame (Disney)


O Retrato de Doryan Gray

O Mágico de Oz

Fausto


Alice No País das Maravilhas


ANNA KARENINA 
Keira Knightley com os ombros à mostra e colar de brilhantes
1984


Drácula (Bram Stroker)


Farenheith 451

Admirável Mundo Novo





B.B King

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O música para ler de hoje vem com talvez o maior nome do blues de todos os tempos, B.B King. Riley Ben King, mais conhecido como B. B. King, (16 de Setembro de 1925, Itta Bena, Mississippi, EUA.) foi produtor da rádio WDIA, onde usava o pseudônimo Blues Boy, de onde tirou o "B.B" que precede seu sobrenome. 

Considerado o 6º maior guitarrista de todos os tempos, começou por tocar a troco de algumas moedas, na esquina da Igreja com a Second Street e chegou mesmo a tocar em quatro cidades diferentes aos sábados à noite. . É bastante apreciado por seus solos, nos quais, ao contrário de muitos guitarristas, prefere usar poucas notas. Certa vez, B.B. King teria dito: "posso fazer uma nota valer por mil".







Espero que gostem da indicação.

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