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Dicas de leitura Wattpad

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Olá, leitores!

Não sei se todos vocês conhecem a plataforma Wattpad, mas hoje quero falar um pouquinho sobre ela e dar três dicas de leitura.

Para quem não sabe do que se trata, uma breve descrição:

Wattpad é um lugar para descobrir e compartilhar histórias: uma plataforma social que conecta pessoas através de palavras. É uma comunidade que abrange as fronteiras, interesses, linguagens. 
Com Wattpad, qualquer pessoa pode ler ou escrever em qualquer dispositivo: telefone, tablet ou computador.
Com milhares de histórias adicionadas a cada dia, há sempre algo que você quer ler. 
No Wattpad as histórias são gratuitas. Se você está online ou off, use os dispositivos que você já possui para levar uma biblioteca inteira onde quer que vá.
Se você nunca escreveu antes, ou publicou algum livro, o Wattpad oferece benefícios para os escritores de todos os níveis.
Participe das conversas sobre as histórias que você leu: escreva para o autor e interaja com outras pessoas que amam a história, tanto quanto você.
Seja notificado no momento em que seu escritor favorito compartilhar um novo capítulo.
Fonte: Sobre nós

Resumindo com minhas palavras, no Wattpad vários escritores iniciantes ou não do mundo inteiro postam suas histórias e os leitores podem acompanhar a cada capítulo, votar e comentar. Quando você se torna seguidor de um autor ou história, pode optar por receber notificações por e-mail a cada atualização feita.
Existe a opção de ler online pelo site, sem precisar baixar nada ou baixar o aplicativo em smartphones ou tablets para ler offline.

Dicas de leitura

Apaixonados por ela

Como adoro uma novidade, estou me aventurando pelo Wattpad e tenho uma história que já está caminhando para a reta final, com 30 capítulos postados e novas postagens às terças e sextas.

Sinopse: Esta não é uma história surpreendente de amor. Aliás, desconheço histórias de amor completamente inusitadas e que não tenham sua dose de clichês. Se você não gosta de finais previsíveis, talvez não vá se interessar muito pela minha. Mesmo porque já estou vivendo o meu “felizes para sempre” e vou contar o que aconteceu antes de chegar até aqui, ou seja, você já sabe que no final o casal vai ficar junto. Tenho 39 anos e não sou um homem muito bom com as palavras, muito menos em expressar sentimentalidades, mas é que tem um rapaz de quinze anos insistindo em saber como foi que tudo rolou entre mim e sua mãe. Resolvi fazer um “programa de homens” com João Pedro e o trouxe para um final de semana de pescaria. E foi em uma das várias interrupções no silêncio que a atividade exige que ele deixou claro que já sabe tudo o que acontece quando um casal está com a porta do quarto fechada, inclusive eu e a mulher por quem nós dois somos apaixonados.

Letra & Melodia

Este é o primeiro volume de uma trilogia e já está em seus capítulos finais, ou seja, a história pode ser lida completa no Wattpad.

Sinopse: Para Eduardo, a felicidade vinha de maneira simples. Dividir os palcos e o amor à música com seu irmão era um sonho se tornando realidade. Os Fury Hunters tornaram-se sua maior fonte de inspiração e conquistaram milhares de fãs por onde passaram. Quando uma tragédia tira André de sua vida, Eduardo não sabe o que fazer a não ser se isolar do mundo e afastar todos aqueles que ama, incluindo sua família e seus ex-companheiros de banda que sempre foram para ele muito mais do que melhores amigos.
Melinda precisou crescer muito rápido para cuidar da pequena Julie. Com apenas vinte e quatro anos de idade e autora de vários romances, ela conhece muito bem o que é sofrimento, mas luta diariamente para se manter de pé e proporcionar a melhor vida para a sua sobrinha.
Quando a irmã de Eduardo decide que é hora de fazer com que seu irmão volte a ser o jovem alegre e brincalhão que era antes da morte de André, ela procura a jovem escritora para escrever uma biografia sobre a banda cover de maior sucesso da cidade de Villa Bella e essa proposta tentadora faz com que o mundo de Melinda vire de cabeça para baixo.
Tanto ela quanto o ex-músico não querem se apaixonar, mas a atração entre os dois é inevitável.
“Eu tinha uma convicção de que nunca ia me apaixonar e isso estava bom pra mim. Eu não seria totalmente feliz, mas estava tudo bem. Então você apareceu...”

Leve como a brisa

Essa história ainda está no início, com seis capítulos postados, mas a autora atualiza com três capítulos por semana, logo não irá demorar para estar completa na plataforma.

Sinopse: Estela recebeu da vida muito mais do que as mulheres comuns de sua idade. Logo depois da morte de seu pai, sua melhor amiga se muda para longe e ela se vê sozinha e perdida, precisando descobrir como se reencontrar.
O curso de fotografia aparece como uma boa alternativa. Lá ela conhece Rodrigo. Amigo, inteligente, bem resolvido e agradável, além de lindo (o que não era de todo ruim), ele era tudo com o que qualquer mulher poderia sonhar.
O curso também lhe dá a oportunidade de conhecer o mau humorado professor Marcelo. Os sentimentos que ele desperta em Estela são novos e assustadores, mas ela não sabe se poderá lidar com seu temperamento.
Numa tentativa de ganhar perspectiva sobre sua vida, Estela viaja para Ubatuba e é lá que sua vida vira de pernas para o ar. Tentando se encontrar, ela se perde de maneira irrevogável e apenas uma pessoa é capaz de fazê-la compreender tudo a respeito de si mesma e de como o amor pode ser uma brisa suave que vem com a bonança após uma longa e tensa tempestade.

Espero que gostem das dicas! Já conheciam o Wattpad? Têm o hábito de ler por lá? Me contem nos comentários.

Beijos e até breve!



O Formigueiro, de Ferreira Gullar

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Ferreira Gullaré um dos grandes poetas do país e possui vários prêmios literários importantes, entre eles o Jabuti e o Camões. Conhecido pela poesia concretista, ele surpreendeu ao apresentar, no ano de 1955, o poema O Formigueiro, que possuía um estilo completamente diferente do qual ele estava acostumado e que, exatamente por isso, não foi muito bem recebido e só foi publicado no ano de 1991.

Após muitos anos fora de catálogo e completamente esgotado, a Editora Autêntica publicou uma edição comemorativa de 60 anos da obra, o que fez em um livro repleto de luxo, estilo e requinte.

Ao longo de algumas páginas, o poema que acontece com uma sensação visual incrível nos é apresentado, e por meio dele conseguimos descobrir vários desdobramentos da palavra FORMIGA. O interessante é que alguma páginas, mesmo com poucas letras, não são compreendidas facilmente pelo fato das letras estarem desordenadas, e com isso o livro nos envolve e nos encanta, prendendo totalmente a atenção.

Para vocês entenderem um pouco o que eu estou tentando dizer, seguem algumas fotos da edição:
Para os fãs de poesia e para todos que gostam de se divertir com as palavras e de analisar o quanto elas são versáteis, esse livro é sem dúvida uma obra de arte! Vale destacar que no texto de Introdução à edição de 1991, o poeta esclareceu o seguinte:

"Com este poema se teria tentado uma transfiguração do objeto verbal independente da situação da palavra na frase, isto é, uma transformação interna da palavra. Em lugar da transfiguração da linguagem poética usual, que age com o som e o sentido, uso elementos visuais da palavra. Tudo aqui se passa no silêncio."

Esse é um livro que desconstrói o que já sabemos e nos tira da zona de conforto para, então, reconstruir nossas ideias e reformular os sentidos das palavras. Diferente, ousado, e completamente lindo! Vale a pena conferir...


Cânticos , Cecília Meireles

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Cecília Meirelles tem o dom paradigmático de transmitir com suavidade versos profundos e cheios de intensidade. Na coletânea Cânticos esta característica não apenas está presente, como pode ser encontrada em todo o livro. 

Em Cânticos, a escritora e professora nascida no Rio demonstra com leveza e suavidade a busca pelo espiritual, seguida por um total desapego das e coisas do mundo material. 


"Dize: 

O vento do meu espírito soprou sobre a vida. 

E tudo que era efêmero se desfez. E ficaste só tu, que és eterno ..."

Em uma ode à espiritualidade, Meireles dá às mãos à doutrina panteísta para refletir de forma profunda sobre a vida e a existência. Seus versos cheios de ritmo, harmonia e muita sensibilidade provocam uma deliciosa sensação de leveza e embutida com um forte potencial de reflexão.





"Sê o que renuncia 


Altamente: 

Sem tristeza da tua renúncia! 

Sem orgulho da tua renúncia! 

Abre a tua alma nas tuas mãos 

E abre as tuas mãos sobre o infinito.

E não deixes ficar de ti Nem este último gesto!"


“Tu tens um medo:

Acabar.

Não vês que acabas todo dia.

Que morres no amor.

Na tristeza.

Na dúvida.

No desejo.

Que te renovas todo dia.

No amor.

Na tristeza.

Na dúvida.

No desejo.

Que és sempre outro.

Que és sempre o mesmo.

Que morrerás por idades imensas.

Até não teres medo de morrer.

E então serás eterno.”


























A coletânea tem poucas páginas e tanto pode ser lida em poucos minutos, quanto pode ser "degustada" lentamente como se fazem com os bons vinhos (e os bons livros).

Cada linha de Meireles traz em si a força e a delicadeza sempre presentes nos trabalhos da poetiza. Vale a pena conferir o resultado.



                                                                          


Vamos Juntas?, de Babi Souza

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Quando eu recebi da Galera Record o livro "Vamos Juntas? O guia da sororidade para todas", eu não fazia ideia da temática e menos ainda do significado da palavra "sororidade". Comecei a folear e quando eu vi já estava vidrada, afinal, a edição aborda um tema que me interessa muito: as mulheres!

"Vamos Juntas?"é o projeto da jornalista Babi Souza, que tem por objetivo auxiliar as mulheres na luta contra a violência. A ideia surgiu quando a Babi, que sempre sentia medo de voltar para a casa tarde e não sabia como resolver o problema, já que todos os trajetos possíveis envolviam partes desertas ou escuras, encontrou a companhia de uma desconhecida e se sentiu mais segura e feliz... Em síntese, ela pensou: "por que não fazemos isso sempre? Por que continuamos andando sozinhas, se podemos conversar com a mulher que vai ao lado e que possivelmente sente a mesma coisa?". 
Uma postagem sobre o assunto no Facebook foi suficiente para que ela percebesse que aquele medo não era só dela e que em geral as mulheres se sentem coagidas com a postura abusiva de muitos homens, o que faz com que algumas vezes elas se sintam incomodadas andando sozinha nas ruas. 

E foi com essa situação simples que nasceu o projeto que agora já tem representantes e grupos em quase todos os estados, e que tem uma proposta bem mais ampla: lutar não só por companhia, mas sim por mais companheirismo entre as mulheres, por mais amor, mais solidariedade e claro, menos machismo e mais igualdade! 

E daí surge o termo sororidade, que representa a versão feminina da palavra fraternidade, em que o prefixo "frater" significa irmão. Então é isso que você vai encontrar no livro: dicas de como ser mais solidária e companheira com as outras mulheres, dicas de como tornar os nossos dias mais seguros e mais agradáveis.
Entre as várias abordagens, o livro, que tem linguagem simples e bem introdutória, explica as formas nas quais o machismo é inserido na sociedade e mostra maneiras simples para mudarmos o nosso pensamento. Além disso, a edição apresenta uma lista com as conquistas das mulheres aos longo dos anos e fala sobre um tema que muitos ainda sentem medo: o feminismo!

Sem dúvida é um livro interessante, com uma proposta importantíssima. Acreditem, por mais feministas que vocês sejam, o machismo ainda pode estar inserido em você em algumas atitudes e comportamentos. Pense sobre isso, pesquise, tente mudar e melhorar sempre... Esse livro pode ser uma ótima maneira de começar! :)

10 frases que representam o cinema nas décadas de 30 e 40

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Olá pessoal! Assim como tantos outros cinéfilos, sou mais uma apaixonada pela sétima arte. Ver uma história emocionante, dramática, engraçada ou romântica projetada na telona sempre mexe com minhas emoções, assim como mexe com tantos outros espectadores. 

Algumas cenas foram tão importantes e significativas que se tornaram bordões ou fortes referências a filmes e/ou personagens. Quer conferir a seleção? Então prepare a pipoca e venha comigo conhecer a lista que preparei com 10 frases clássicas do cinema, em ordem cronológica: 



"Foi preciso mais de um homem para mudar meu nome para Shangai Lily."
 O Expresso de Shangai,1932


"Não sou os homens de minha vida, mas a vida em meus homens."
Santa Não Sou, 1933




"Não, não foi o avião. A Bela matou a fera."
King Kong, 1933





"Não há lugar como o nosso lar."
O Mágico de Oz, 1939




"Francamente, querida, eu quero que se dane."
E O Vento Levou, 1939


"As pessoas vão pensar o que eu disser pra elas pensarem."
Cidadão Kane, 1941


"Sua mãe não pode mais estar com vocês."
Bambi, 1942


"Nós sempre teremos Paris."
Casablanca 1942


"Eu te odeio tanto que seria capaz de me destruir só para te levar para o fundo comigo."
Gilda, 1946


"Tantas armas na cidade e tão poucos cérebros."
A Beira do Abismo, 1946




























Espero que tenham gostado das frases! 

                                                                          

Dia do blogueiro

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Olá, leitores!

No dia 20 de março, é comemorado o “dia do blogueiro”!

Faço parte da equipe do Universo desde março de 2013, então tenho um carinho especial por esse “mundo dos blogs”, especialmente os literários.
Em homenagem à data, decidi indicar 10 blogs literários que curto e acompanho ou é de pessoas queridas com quem tenho parceria. Poderia trazer muitos outros, mas para a lista não ficar muito extensa, trouxe apenas 10 (só clicar nos nomes dos blogs que direcionam para as páginas). 










Meu muito obrigada a cada blogueiro que se dispõe a fazer resenhas, contar novidades, divulgar autores, organizar eventos e tudo mais que faz com que o mundo literário seja tão mais divertido e interessante! Parabéns pelo trabalho!

Espero que gostem de conhecer essas páginas e aproveitem bastante o conteúdo.

Beijos e até breve!







O papel de parede amarelo, de Charlotte Perkind Gilman

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Tido como um clássico da literatura feminista, o conto O papel de parede amarelo foi escrito por  Charlotte Perkind Gilman e narra, de forma intensa, viva e muito humana, as angústias de uma mulher que se mudou com o marido John para um local isolado e repleto de grades, com o intuito de passar três meses e melhorar de uma doença que não é bem esclarecida no livro, mas que pela descrição se assemelha a uma crise emocional ou a uma depressão.

"Não sei porque escrevo isto.
Não é algo que eu queira fazer. 
Não me sinto capaz.
E eu sei que John acharia um absurdo. Mas tenho que expressar de alguma forma o que sinto e penso - é um alívio tão grande." 

Como o marido é médico e trabalha o dia inteiro, a mulher fica sozinha na casa e usa da escrita para relaxar e se sentir melhor, contudo, ao longo do seu texto, é possível perceber que por trás da imagem protetora e carinhosa de John existe a figura de um homem que oprime a esposa, limita todas as suas atitudes e a impede de pensar e de agir conforme as próprias vontades. 
Com todos os movimentos controlados e todos os pensamentos reprimidos, a nossa narradora se sente incomodada com o papel de parede amarelo do quarto que ocupa, e passa a analisar atentamente todos os contornos das imagens, o que lhe deixa inquieta e levanta inúmeras reflexões, conduzindo a narrativa a um final tenso, porém libertador.

A partir de uma linguagem simples e direta, a obra nos coloca diante de muitas reflexões sobre a postura controladora dos homens e sobre o sofrimento progressivo das mulheres que possuem suas vontades oprimidas e são moralmente coagidas pelos homens. 

Vale destacar que a narrativa é, em partes, autobiográfica, já que a escritora, que sofria de depressão, recebeu ordens de ser tratada em casa e de parar de escrever e de exercitar a mente. 

Ao final do conto, a edição da José Olympio apresenta um Posfácio de Elaine R. Hedges, que esclarece sobre a relevância da obra para a história do feminismo, além de contar um pouco sobre a trajetória da escritora e todas as dificuldades que ela enfrentou antes e depois da publicação do livro. 

Vale a pena conferir! :)


Turma da Mata: Muralha, de Fujita, Cruz e Cali

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Mais uma resenha Graphic MSP... Como sou fã do projeto, que tem a proposta de apresentar releituras dos personagens criados pelo Maurício de Sousa, estou tentando acompanhar os lançamentos para contar tudo por aqui.

"Turma da Mata: Muralha" conta com o roteiro de Artur Fujita, os desenhos de Roger Cruz e as cores de David Calil, e apresenta uma leitura madura dos personagens Jotalhão, Raposão, Coelho Caolho e companhia. A aventura começa com uma guerra entre um rei tirano e a Turma da Mata, e os nossos queridos personagens entram na luta para salvar a natureza e proteger o mundo de um elemento natural que se entrasse em contato com a água poderia levar a uma grande queda de energia no mundo e gerar transtornos políticos e muitas guerras. 

Mesmo contendo muita aventura e um tom político e repleto de críticas sociais, o que pode desagradar aqueles que esperam as atitudes inocentes e bem humoradas dessa turminha, a HQ consegue preservar a linguagem leve, assim como manter algumas das principais características dos personagens. 
Sobre a questão, merece destaque a personagem da Rita Naruja, a formiguinha super apaixonada pelo Jotalhão. Aqui nessa história, mesmo envolvida em situações arriscadas e tensas, ela consegue flertar com o elefante e nos cativar com o seu jeito meigo.

O interessante do roteiro é que as cenas de ação são intercaladas com momentos de nostalgia dos personagens, que relembram o passado em busca de encontrar elementos que ficaram perdidos. Durante essas cenas, questões sobre amizade, coragem, segregação e dor são abordadas na história, conferindo um tom especial e tornando a leitura mais rica e envolvente. 

A ilustrações são muito coloridas e bonitas, contudo, em algumas páginas existem tantas informações e tantos detalhes que os desenhos causam uma confusão visual, o que quebra o impacto da ação das cenas. Neste ponto, penso que a HQ deixa a desejar em relação às demais HQ's da coleção, que sempre preservaram desenhos impactantes e em perfeita harmonia.
Essa é a primeira vez que termino a leitura de uma Graphic MSP com a sensação de que alguma coisa ficou esquecida e de que a história merecia algo a mais. Não sei se teremos continuação ou se ficará apenas assim...

Para quem estiver colecionando, vale a pena adquirir. Para quem tem interesse em conhecer a série, indico mais os outros títulos que vocês podem ver clicando aqui...

Beijos e até a próxima! :)






Poesia Completa, de Jorge Luiz Borges

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O Projeto Viagem na Literatura, do blog Pausa Para um Café sempre me proporciona novas experiências e descobertas em termos de leitura: desta vez tive a oportunidade de conhecer e me conectar com a literatura Argentina pela primeira vez através do escritor José Luis Borges.


 Em Poesia Completa, tive a oportunidade de conhecer este que é um dos maiores expoentes da literatura Argentina: abordando temas diversos: Buenos Aires, vida, morte, religião, eternidade.

"Livre da memória e da esperança, 
ilimitado, abstrato, quase futuro,
o morto não é um morto: é a morte"


A poesia de Borges é fluida, envolvente e dita um ritmo despretencioso, filosofando sobre a vida de forma geral sem a intenção clara de convencimento. Memórias, reflexões, sentimentos e pensamentos soltos ditam o tom das poesias compiladas neste livro.


"Minhas mãos tocaram as árvores
 como quem acaricia alguém que dorme"

O escritor, poeta, tradutor, crítico e ensaísta argentino morou na Suíça onde aprendeu a escrever e a falar fluente em francês. Em 1921, Borges começou a publicar seus poemas e ensaios em revistas literárias surrealistas, além de trabalhar como como bibliotecário e professor universitário público.

Rosas

En la sala tranquila
Cuyo reloj austero derrama
Un tiempo ya sin aventuras ni asombro
Sobre la decente blancura
Que amortaja la pasión roja de la caoba,
Alguien, como reproche cariñoso,
Pronunció el nombre familiar y temido.
La imagen del tirano
Abarrotó el instante,
No clara como un mármol en la tarde,
Sino grande y umbría
Como la sombra de una montaña remota
Y conjeturas y memorias
Sucedieron a la mención eventual
Como un eco insondable.
Famosamente infame
Su nombre fue desolación en las casas,
Idolátrico amor en el gauchaje
Y horror del tajo en la garganta.
Hoy el olvido borra su censo de muertes,
Porque son venales las muertes
Si las pensamos como parte del tiempo,
Esa inmortalidad infatigable
Que anonada con silenciosa culpa las razas
Y en cuya herida siempre abierta
Que el último dios habrá de restañar el último día,
Cabe toda la sangre derramada.
No sé si rosas
Fue sólo un ávido puñal como los abuelos decían;
Creo que fue como tú y yo
Un hecho entre los hechos
Que vivió en la zozobra cotidiana
Y dirigió para exaltaciones y penas
La incertidumbre de otros.
Ahora el mar es una larga separación
Entre la ceniza y la patria.
Ya toda vida, por humilde que sea,
Puede pisar su nada y su noche.
Ya Dios lo habrá olvidado
Y es menos una injuria que una piedad
Demorar su infinita disolución
Con limosnas de odio."
*idioma original



Todo este período faz parte da formação de Borges e influenciou a criação dos poemas que integram este livro. O vencedor do Prêmio Formentor teve sua obra traduzida nos EUA e em diversos países europeus e consagrou-se como um dos maiores escritores argentinos de todos os tempos. 


                                                                        


Bienal do Livro de Minas 2016

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Olá, leitores!

Está chegando mais uma edição da Bienal do Livro de Minas– acontecerá nos dias 15 a 24 de abril, no Expominas, em Belo Horizonte – e já saiu a programação oficial, com nomes como Eduardo Spohr, Paula Pimenta, Marçal Aquino, Martha Medeiros, Fabricio Carpinejar e Carina Rissi.

Além desses nomes conhecidos, vários outros autores estarão presentes em diversos estandes espalhados pela feira e garanto que tem muita gente boa, com trabalhos de qualidade, de uma leva especial de escritores nacionais contemporâneos que estão lutando para conquistar seu espaço no mercado literário.

Quero destacar um grupo desses escritores, que é a Liga de autores mineiros (da qual eu faço parte).
A ideia de unir os autores independentes surgiu durante os eventos da Semana do Livro Nacional, promovidos pela Fundação Municipal de Cultura, no fim de julho de 2014. Dia 25 de julho, foi realizado o primeiro Encontro de Jovens Autores e Blogueiros Literários, com a presença de Bernardo Sabino, filho do escritor Fernando Sabino. Na ocasião, vinte e quatro pessoas compareceram para ouvir e compartilhar experiências sobre literatura.

Ao final do encontro, um dos participantes sugeriu fazer um estande conjunto para que todos pudessem divulgar suas obras e vender seus trabalhos na Bienal do Livro de Minas em novembro. A primeira empreitada contou com a presença de 13 autores nos 10 dias da Bienal e, desde então, o grupo tem se consolidado como uma vanguarda de autores independentes dispostos a participar de eventos literários pelo país.

Atualmente, somos quase 20 escritores com obras publicadas. A ideia dos participantes é promover encontros regulares para compartilhar experiências e, aliado a isso, organizar bate-papos com leitores para divulgar o trabalho dos artistas.

Na Bienal desse ano, a Liga participará com um estande maior e com mais autores com relação a edição de 2014. Será possível encontrar livros de diversos gêneros, infantis, romances juvenis e adultos, fantasia, entre outros. Confiram a programação:


Dia 15 (sexta-feira)
19:00 – Sessão de autógrafos do livro Um amor de muitos verões, com a autora Ana Faria.

Dia 16 (sábado)
15:00 – Lançamento do livro Brincadeiras na Mata Tropical, com a autora Sterlayni Duarte.
17:00 – Lançamento do livro Depois daquele encontro, com a autora Poliana Nogueira.
19:00 – Lançamento do livro O mistério da Mata da Alpineia, com o autor Ariálisson Freitas.

Dia 17 (domingo)
15:00 – Sessão de autógrafos do livro Desafios do amor, com a autora Thaís Venzel.
17:00 – Sessão de autógrafos do livro Poétiquase, com a autora Bruna Kalil.

Dia 20 (quarta)
19:00 – Lançamento do livro Na solidão do outro, com o autor Mauro Brandão.

Dia 21 (quinta)
15:00 – Sessão de autógrafos dos livros Birosca, Calango Tango e Rato Zé, com a autora Edna Barbosa.
17:00 – Sessão de autógrafos do livro Outros tantos quilômetros, com a autora Angélica Pina.
19:00 – Lançamento do livro A fortaleza de Jebus, com a autora Carla Montebeler.

Dia 22 (sexta)
15:00 – Sessão de autógrafos do livro O tempo e o jardim, com o autor Silvio Vinhal.
17:00 – Sessão de autógrafos do livro O império subterrâneo, com a autora Rafaela Polanczyk.
19:00 – Lançamento do livro Objetos de poder: o cemitério dos Anões, com o autor Marcos Mota.

Dia 23 (sábado)
15:00 – Sessão de autógrafos do livro Princesas adoradoras, com a autora Thaís Oliveira.
17:00 – Sessão de autógrafos do livro Em tuas mãos, com a autora Michelle Passos.
19:00 – Lançamento do livro Letra & Melodia, com a autora Michelle Mariani.

Dia 24 (domingo)
15:00 – Sessão de autógrafos do livro A hora da bruxa, com o autor Hermes Lourenço.
17:00 – Sessão de autógrafos do livro Portais, com o autor Ledinilson Moreira.

Quem estiver se programando para participar da Bienal de Minas, fica o convite para visitar o estande da Liga de autores mineiros. Esperamos vocês!

Beijos e até breve!

O Corvo, de Edgar Allan Poe

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Sempre tive curiosidade de conhecer Edgar Allan Poe e depois que descobri a edição DESLUMBRANTE lançada recentemente pela Editora Empírio, não pude resistir: era chegada a hora de finalmente ler um trabalho do mestre do mistério, e nada melhor que começar com um de seus poemas mais famosos: O Corvo

 O Corvoé um trágico poema de Edgar Alan Poe que começa em meio à um cenário noturno e uma atmosfera misteriosa no quarto um homem que apresenta sinais claros de paranoia, assombrado por barulhos vindos da porta.

A falta de respostas para o dilema sobrenatural enfrentado pelo homem provocam uma imensa agonia que o assombrará por toda a história e fará palco para a figura do Corvo que virá em seguida. 
Nosso protagonista perdeu recentemente o pai; uma morte suspeita e rodeada de mistérios considerando o breve luto da mãe que quase imediatamente se casou com seu tio. Se por um lado o nosso protagonista sofre  com as suspeitas que cercam a morte do pai, por outro ele sofre com a perda de seu grande amor, Leonore. 
E é nesse cenário angustiante que surge a figura mais icônica da história, imortalizada por Poe: O Corvo, que a partir do poema de Edgar passa a ser sinônimo de tragédia anunciada, de proximidade com a morte e que repete exaustivamente a expressão "Nevermore", ou "nunca mais". 
'Diante da ave feia e escura,

Naquela rígida postura,

Com o gesto severo - o triste pensamento

Sorriu-me ali por um momento,

E eu disse: "Ó tu que das noturnas plagas

Vens, embora a cabeça nua tragas,

Sem topete, não és ave medrosa,

Dize os teus nomes senhoriais:

Como te chamas tu na grande noite umbrosa?"

E o Corvo disse: "Nunca mais."'


"Profeta, ou o que quer que sejas!

Ave ou demônio que negrejas!

Profeta sempre, escuta, atende, escuta, atende!

Por esse céu que além se estende,

Pelo Deus que ambos adoramos, fala,

Dize a esta alma se é dado inda escutá-la

No Éden celeste a virgem que ela chora

Nestes retiros sepulcrais.

Essa que ora nos céus anjos chamam Lenora!"

E o Corvo disse: "Nunca mais."

A fala repetida do corvo  provoca paradoxalmente alívio e uma extrema angústia no protagonista que passa a questionar a vida e a morte. Criador e criatura se fundem na figura do eu lírico que e representa o próprio Poe. 

Se Edgar Allan Poe e seu elogiadíssimo poema O Corvo já eram suficientes para chamar minha atenção, fiquei ainda mais surpresa com o trabalho absurdamente caprichoso da editora Empírio. 

O acabamento do livro também faz jus à grandiosidade do poema de Poe: o livro possui capa dura, é impresso em papel pólen, conta com as ilustrações de Lupe Vasconcelos, texto original de Edgar Allan Poe, e as traduções de Fernando Pessoa, Machado de Assis e Charles Baudelaire (sendo este o responsável pela versão francesa). Particularmente a versão de Machado de Assis foi a que mais encantou; talvez pela familiaridade com o idioma já que Pessoa traduziu conforme o português de Portugal, mas todas contam com a genialidade e o cuidado de seus respectivos tradutores.

O livro conta ainda com um excelente texto de apoio chamado A Filosofia da Composição, onde o próprio Poe descreve seu processo de criação e composição do poema com detalhes de encher os olhos e seduzir qualquer leitor. Estudioso, Poe consegue a proeza de ser ser minuciosamente técnico e ao mesmo tempo absurdamente carismático em seus poemas. O poema é belo, poético, melancólico, misterioso, rítmico e sedutor.  Um ótimo começo para quem nunca leu, ou para os apaixonados pelo trabalho do genial Edgar Allan Poe.                                      
                     "But the Raven, sitting lonely on the placid bust, spoke only

That one word, as if his soul in that one word he did outpour.

Nothing farther then he uttered—not a feather then he fluttered—

Till I scarcely more than muttered “Other friends have flown before—

On the morrow he will leave me, as my Hopes have flown before.

Then the bird said “Nevermore.”



                                                                   




Mulheres, de Carol Rossetti

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Estamos em 2016 e, felizmente, nunca se falou tanto em feminismo. A igualdade de direitos, de tratamento e de oportunidade entre homens e mulheres nunca esteve tão em pauta, ganhando espaço em toda nossa cultura, especialmente na literatura.

E é com alegria que hoje falo sobre o livro Mulheres, um compilado de ilustrações de Carol Rossetti sobre diversos assuntos, dentre eles o feminismo,sororidade, empoderamento feminino e empatia. 



Mulheres, de Carol Rosseti é um projeto colaborativo fantástico que tive oportunidade de apoiar e que ganhou voz e alcance no Facebook, ao levantar a bandeira do femininismo com força e coragem. Dentre os inúmeros fatores positivos do projeto, destaco a diversidade como um dos pontos mais importantes de todo o livro. 


Isto porque a ilustradora abraçou as diversas vertentes e os inúmeros questionamentos que surgem dentro do próprio feminismo, abrindo espaço para a diversidade e para questões importantes problematizadas pelo movimento.

A representatividade da mulher negra, a aceitação da mulher gorda, os preconceitos enfrentados pelas mulheres depressivas são algumas das questões abordadas de forma delicada e cuidadosa por Carol. Carol não se limita e tenta confrontar os padrões físicos, comportamentais e psicológicos


O traço simples e objetivo da ilustradora abre espaço e cria palco para a mensagem importante que cada quadrinho carrega. 


Mulheres apresenta cinco partes: corpo, moda escolha amores e valentes. De forma didática, Carol Rosseti defende questões fundamentais para constituir uma sociedade igualitária como diversidade, empoderamento e liberdade, imprimindo sua própria visão sobre os temas.  

Um trabalho incrível que traz uma importante mensagem de igualdade e respeito e que merece ser lido (e apoiado) por todos. 




                                                                         

Entrevista com Cesar Bravo, o mais novo escritor da DarkSide Books

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Recentemente fomos convidadas a participar da maravilhosa festa de lançamentos de 2016 da DarkSide Books, e dentre incontáveis novidades sangrentas, horripilantes e sociopatas da editora que mais aposta no escuro estava a apresentação de novos escritores que farão parte do time DarkSide a partir de agora.

Um desses escritores é o Cesar Bravo, a quem tivemos a oportunidade de conhecer pouco antes do anúncio da DarkSide. Simpático, Bravo nos falou sobre seu livro, seu trabalho como escritor e sobre a sua admiração pelo trabalho da DarkSide Books.

Hoje, trazemos pra vocês uma entrevista exclusiva, onde o escritor fala sobre sua carreira, suas influências e claro, sobre suas expectativas neste novo (e sombrio) caminho com a DarkSide Books. Confiram! 


1- Primeiramente gostaríamos de saber um pouco mais sobre sua carreira e sobre a sua experiência como escritor de suspense e terror.


Olá, meninas! Bem, antes de começarmos, gostaria de agradecer pela oportunidade de mostrar um pouquinho sobre meu trabalho e meu ingresso nesse mundo fantástico. Espero que vocês e seus leitores gostem tanto quanto eu desse nosso bate-papo (ou bate-teclas).

Meu começo como escritor de horror aconteceu bem cedo, creio que era algo imerso em minha personalidade. Sempre gostei do tema, seja em livros, filmes, na arte em geral. Comecei a me dedicar para valer (e a ter fé que conseguiria meu espaço) em meados de 2011 — com um empurrãozinho da minha esposa, que frequentemente sabe mais de mim que eu mesmo. Antes disso, eu costumava escrever e rasgar meus textos — e não creio que o mundo tenha perdido muita coisa nessa fase.

Minhas primeiras publicações físicas foram na revista “Flores do mal”, da editora CLAE, e não se limitavam ao horror. Aprendi muito nessa fase, o CLAE foi fundamental no meu processo de escrita. Minha primeira incursão publicada no gênerohorror veio graças ao editor Alexandre Durigon (na época, trabalhando pela Multifoco editora). O Alexandre (também conhecido como Afobório) organizava várias antologias e eu acabei passando pelo seu crivo e sendo publicado. Ganhei reconhecimento e novas propostas depois disso, e então decidi mostrar meu trabalho na Amazon. Publiquei antologias e romances, alguns com centenas de exemplares vendidos de forma independente, e desde então estou na cena. Também tive a inestimável ajuda de Rafa Michalski do “Biblioteca do Terror”; graças a ele ganhei muita visibilidade com meu público alvo. Digo o mesmo sobre os “Booktubers do terror”, que me proporcionaram meu primeiro hangout na rede. Em 2013 também fui premiado no concurso Fnac/Novo Século “Novos Talentos da Literatura”. Em 2015 participei da Bienal do livro, no Rio de Janeiro, como convidado da Darkside. De lá para cá, foram novos e queridos parceiros, e conquistas.

2- Quais são seus autores de referência e suas principais influências no terror e suspense?

Eu tenho dois nortes literários, e creio que isso seja imutável. Stephen King com seu coração de menino e Clive Barker, com seu sangue e paixão. Dos clássicos, sou devoto de Edgar Alan Poe, Lovecraft e Alfred Hitchcock. Em outras mídias sofro influência de quase tudo, e mais intensamente de filmes de horror produzidos, principalmente, entre 1970-1990.


3- Qual livro você acha que não pode faltar na cabeceira de qualquer fã de terror?

Essa é complicada. Como sou um adorador de contos, eu deixaria um exemplar de “Sombras da noite” de Stephen King. Admiro vários autores e livros, mas a crueza e a espontaneidade de Sombras da Noite ainda me seduzem. Ao lado dele, deixaria a coleção “Livros de Sangue” de Clive Barker e uma Bíblia aberta em Deuteronômio.

4- Dentre os livros que você já publicou, existe algum que seja seu favorito?

Em alguns momentos existe, sobretudo quando estou conversando com os leitores. Então me apanho pensando que subestimei um livro que, no fundo, é o melhor trabalho. Mas logo mudo de ideia. Livros são como filhos, amamos até suas imperfeições. Tenho um carinho muito especial por “Além da Carne”, por ter conseguido criar algo muito diferente do que costumava ler no Brasil. Mas gosto de todos, principalmente de alguns contos.
Livro Além da Carne, de Cesar Bravo.
 Foto: Projeto Vórtice Fantástico


5- Você já publicou vários livros através da internet como Navio Negreiro, Além da Carne e Caverna de Ossos. Quais são as maiores dificuldades enfrentadas por um escritor independente na sua opinião? 

Acredito que o mais difícil é convencer alguém a ler seu trabalho. Existem escritores talentosos em todos os cantos, em várias plataformas. Quando você transfere um romance para um site (ou o transcreve em um livro físico), é como experimentar a nudez em público. Você nunca sabe o que vai acontecer, mas vai se sentir ridículo muitas vezes. O que muda com o tempo é que as pessoas começam a gostar do que você escreveu, começam a te procurar nas redes sociais, então você diz a si mesmo: “Ei, eu tenho alguma coisa aqui! Bingo!”

Outro ponto crítico é o de se dedicar exaustivamente para receber bem pouco. Digo, você ama escrever e criar e ficar imerso em seus universos particulares, mas ainda assim precisa de uma ocupação rentável para ter uma vida digna. Creio que essa dualidade seja o primeiro grande obstáculo para um escritor brasileiro.

6- Você acha que o suspense e o terror estão ganhando mais espaço no Brasil?

Tenho acompanhado esse processo há algum tempo. Ele se tornou bem mais intenso em 2013. De lá para cá, acompanhei vários escritores apostando em seus trabalhos. O mesmo aconteceu com os leitores. Eu não vou dizer aqui, que o Brasil se tornou uma pátria leitora, mas certamente nós evoluímos duas décadas em três anos. Hoje, em uma busca rápida na WEB, você vai localizar pelo menos seis ou sete novos escritores de horror. Os sites e blogs dedicados ao tema — e aqui incluo filmes, seriados e eventos—, nem preciso falar. O que tem me decepcionado um pouco são os filmes, faz tempo que não sinto o bom e velho calafrio na espinha (e não que isso afete o número de ingressos vendidos, essa parte só aumenta).
Livro Calafrios da Noite, de Cesar Bravo
Foto: Projeto Vórtice Fantástico


7- O terror e o suspense muitas vezes exigem uma pesquisa aprofundada sobre vários assuntos como anatomia e direito penal por exemplo. Como funciona seu processo criativo (pesquisas, estudos, etc) e quais temas você estuda com maior frequência para a criação de suas histórias?

Meu processo de criação é disciplina oriental, eu escrevo todos os dias, dou a profissão de escritor o respeito que ela merece. Sem essa rotina, me desligo das histórias e isso é o fim da linha.

Sobre as pesquisas, é uma loucura... Bem, quando eu comecei a escrever não pensei que estudaria Tanatopraxia e Direito, menos ainda noções de psicologia e o incrível mundo dos exorcistas.Sempre que tenho chance, tento falar com profissionais das diferentes áreas. Há pouco tempo, uma obra me apresentoua um coveiro, conversamos por vários dias, foi mágico. Ultimamente estou falando com advogados — e não, eu não estou no banco dos réus...

Minhas principais pesquisas se referem a ocultismo, lendas urbanas, também mitologia e folclore. Meu material quase sempre disserta sobre o “outro lado”, então creio que seja naturalpesquisar sobre o tema (mas não estou certo disso, não quando as luzes se apagam e o mundo fica silencioso).

8- Você já se inspirou em alguma pessoa da vida real para a composição de personagens?

Várias vezes. Mas um personagemnunca é a cópia exata de um ser humano, isso não funciona. O que capto e uso são traços físicos, maneirismos, trejeitos, o que mais me salta aos olhos quando encontro uma pessoa. Já tive personagens que nasceram de alguém que vi em um relance. Outros vêm de laços mais próximos, até de mim mesmo. Mas personagens são espécies diferentes. O que eles sentem, agem, vibram é muito mais complexo e mágico do que se imagina.

9- Como você se sentiu ao ser convidado para lançar um livro pela DarksideBooks? Como ocorreram os primeiros contatos entre vocês?

Jesus! Como eu me senti? Com o coração na goela seria uma boa resposta. Fiquei muito contente, sobretudo porque confio na Darkside. Entenda, se você vai entrar nesse mercado, é melhor ter boa companhia, ainda mais quando seus personagens principais são demônios, corpos deformados e pessoas de moral duvidosa.

Nosso primeiro contato foi por e-mail e através do Facebook. Eu sempre estive cortejando a Dark, desde o comecinho da editora, mas sabe como é... Quem era eu? Com o tempo (e alguns trabalhos enviados)esse o cortejo se concretizou emuma nova amizade. Um belo dia eu recebi um e-mail empolgante e meu telefone tocou. Então nos acertamos de vez.

10 -Quais são as suas expectativas ao lançar seu primeiro livro pela editora que mais aposta no terror?

Como eu disse em algum lugar onde crânios bovinos me encaravam com seus olhos escavados nos ossos: “A Darkside tem colhões”. Isso significa que estou completamente confiante no que vem por aí. Sei que tenho o melhor designer do mercado, a equipe mais coesa e competente, pessoas que vivenciam um sonho em conjunto e fazem a diferença na realidade do mundo. Se algo é mais perfeito que isso, alguém me acorde! A Darkside tem muito cuidado com as pessoas. Leitores, fãs, escritores, todos são da família, e eu agora faço parte dela.

Creio que seja melhor eu parar de falar, antes que essa conversa se torne um romance (e cheio de,arrrght, spoilers). Meninas, agradeço novamente a oportunidade de falar um pouco sobre o meu trabalho e peço a vocês e aos seus leitores que aguardem com um sorriso aberto — logo teremos novidades insanas!

Espero que tenham gostado da entrevista! Até a próxima!


                                                                          

Uma Vida Chinesa, de P. Ôtié e Li Kunwu

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Quando a história se torna objeto de análise e estudo, quase sempre se perde a dimensão de que por trás daqueles fatos, daquelas articulações entre estado, nação e disputa de poderes, existem pessoas que, bem ou mal, precisam viver, compor a sua própria história através de seus corpos e daqueles que circundam suas vidas. Neste sentido, não é incomum que diversos artistas pelo mundo, ao recontar momentos históricos, tentem trazer ou suas próprias experiências ou inventar pessoas – subjetividades em movimento – para mostrar que por detrás de toda grande História existem milhares e milhares de histórias de vida. Eis o singular exercício de Um Vida Chinesa – O Tempo do Pai, de P. Ôtié e Li Kunwu.

Uma Vida Chinesaé uma HQ que conta a história do menino Xiao Li e sua vida na história moderna da China desde a criação da República Popular, sob o governo de Mao Tsé-Tung até os dias de hoje. No primeiro volume, chamado O Tempo do Rei, temos o relato completo do nascimento de Xiao Li até sua entrada no exército, chegando até a morte de Mao. A obra, na verdade, é o relato biográfico do quadrinhista Li Kunwu, com roteiro de Philippe Ôtiê.

O mais interessante do quadrinho, além das sensacionais ilustrações e do minucioso acompanhamento dos fatos da história da China, é perceber como o Estado, neste caso, passa a dominar completamente a educação e a vida das crianças e adolescentes de um país. O que vemos, em certo sentido, é como o poder autoritário, em busca de sua manutenção no poder, encontra diversos subterfúgios para conseguir ganhar mais alguns anos ou um pouco mais de fôlego para estender seus tentáculos. Vemos que, mesmo em meio a fome, a miséria e todas as mazelas de um estado falido, após o rompimento com a URSS, Mao ainda conseguia mobilizar famílias e jovens.

Em um primeiro momento, por exemplo, impõe um poder na “união do povo numa vida camponesa”; mais a frente, ele resolve fazer uma revolução contra o passado da China: destrói mitos, histórias feudais, obras de artes antigas, tudo em busca de uma “revolução cultural” que vise destruir os “revisionistas” ou aqueles saudosos do passado. Posteriormente, apela para a criação de uma série imagens de figuras míticas: o camponês ideal, o exemplar do povo e chega até a contar histórias de sua bravura ao atravessar um rio a nado.

Enfim, estamos diante de um misto de personalismo, populismo e capacidade de agregar a todos através de uma ideologia dominante. O menino Xiao, ao lado de tudo isso e sem sequer tomar conhecimento de outros lados da história, não só compra a história como vira fiscal dela, denunciando vizinhos e trazendo a revolução para seu bairro. A cegueira ideológica é tamanha que, a qualquer sinal de “dúvida” entre o que fazer e a previsão de um futuro, Xiao perde a capacidade, inclusive, de pensar:


Assim o mesmo acontece quando todo o exército se vê na iminência de perder seu grande líder Mao:

Com edição primorosa da WMF Martins Fontes, Uma Vida Chinesa – O Tempo do pai é mais um relato afetivo-histórico que nos mostra meandros do poder afetando a vida de cada um dos habitantes de um bairro, cidade, país. É um relato cru, entre o saudoso e o respeito pelo passado e a necessidade de ultrapassar esse período nebuloso. Um livro essencial que mistura história e afeto.



Ana de Amsterdã, de Ana Cássia Rebelo

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Mulher, jurista, 3 filhos, um casamento monótono e uma rotina burocrática. Este é o perfil aparentemente comum de Ana de Amsterdã, uma entre tantas e tantas outras mulheres que fechada em seus próprios sentimentos dia após dia.

Ana de Amsterdã é uma personagem do blog português de mesmo nome, criado por Ana Cássia Rebelo (fã de Chico Buarque, o que justifica o nome do blog). A escritora portuguesa de origem goesa sempre escreveu inúmeros textos em seu blog, que foram minunciosamente garimpados e compilados, dando origem a este livro. 

Em relatos curtos e por vezes avulsos (que lembram o formato de um diário) Ana traz à tona problemas comuns à inúmeras mulheres: solidão, a monotonia de um casamento entendiante, a falta de desejo sexual, medo, tristeza, depressão e a rotina. Mas o diferencial do livro é a forma como Ana Cássia Rebelo revela os sentimentos de sua protagonista: sua narrativa é intensa, visceral e crua, como se Ana não tivesse nenhum filtro ou pudor para revelar-se. 

"Acreditei que um dia havia de acordar junto de alguém a quem pudesse dizer 'parece que vai chover' e que esse alguém saberia encontrar tudo que essas palavras não dizem."



"Ter sucesso na cama é requisito essencial para se ser moderna, desempoeirada, bem sucedida. As mulheres falam de sexo como falam dos filhos, dos jantares de degustação em restaurantes da moda e das viagens que fazem às ilhas gregas. Tudo troféus que demonstram o bem estar que atingiram na vida."

Ana narra seus problemas, sentimentos e suas impressões da vida de forma despudorada, sem se preocupar com diplomacias ou com algum possível julgamento e essa é uma das características mais interessantes do livro. Suas descrições são diretas, ácidas e até cruéis, seja falando de si mesma ou das pessoas à sua volta.



"Nunca há falta de desejo. Não há cansaço. Não há frustração. Não há obrigação. Nem humilhação. No sexo, como em tudo, as mulheres que aguentem. 

A narrativa de Ana é muito interessante, envolvente e até poética. Mesmo nos momentos de maior tristeza e de dúvidas com relação a própria existência (quando cogita o suicídio por exemplo) a narrativa delicada permite que Ana de Amsterdã transmita uma certa leveza apesar do seu sofrimento. Ana de Amsterdã é uma mulher comum, mas poderia ser "todas nós". 


Uma bela aposta da Globo Livros. 


                                                                                   

Pétalas, Gustavo Borges e cores de Cris Peter

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Uma das minhas metas deste ano consiste em me abrir e conhecer novos livros e novos autores, e foi justamente por esta razão que conheci Pétalas

Pétalas,  tem o roteiro assinado por Gustavo Borges e conta com as cores de Cris Petter apresentando uma narrativa que dispensa palavras, literalmente. Para tornar o trabalho ainda mais incrível, Cris Petter criou uma paleta de cores linda e lúdica que combina perfeitamente com a delicadeza da história.

Nesta graphic novel que não tem personagens nominados ou qualquer marco temporal, encontramos a história de uma pequena raposa que encontra um pássaro um pouco médico e um pouco mágico, e que possu habilidades incríveis. Através de seu carisma e de suas habilidades, o pássaro leva a pequena raposa a trabalhar valores como a generosidade, o amor e a amizade ao longo de toda a história.
Mesmo não apresentando um texto escrito da forma convencional, a história se desenvolve através dos quadrinhos, fomentando o uso da imaginação (o que é bem bacana). Os personagens não tem nome e o texto apresenta inúmeras onomatopeias que ajudam a contextualizar algumas cenas. 




























É difícil entrar em mais detalhes da história, porque Pétalas proporciona uma experiência única que deve ser vivenciada por cada leitor, provando que a arte da comunicação vai muito além das palavras. Sentimentos, simbolismo e sensibilidade estão presentes em cada página virada, em cada quadro da narrativa e a descrição dos fatos é um mero detalhe. O que vale é deixar-se levar pela experiência e mergulhar de cabeça no ambiente lúdico da história. 



Detalhes incríveis deste quadrinho sensível que se casa perfeitamente com o roteiro de Gustavo Borges e com o colorismo de Cris Peter. Indico! 




Mafalda em 10 tirinhas realistas e atuais!

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Oi gente, tudo bem?

Todos que acompanham o blog sabem que eu sou fã da Mafalda, a personagem do Quino que é repleta de personalidade e de questionamentos sobre o mundo, a política, as pessoas etc. Esses dias estava olhando a HQ Toda Mafalda, que reúne todas as tirinhas da Mafalda, e separei algumas que refletem muito os meus questionamentos e que parecem falar sobre os dias de hoje!

Confiram:
Espero que tenham gostado!

Beijos e até a próxima! :)

Livros que NÃO quero ler

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Olá, leitores!

A maioria de nós tem uma lista “infinita” de livros que deseja ler, não é mesmo? Mas há também aqueles livros que não fazemos a menor questão, seja por causa do gênero, por críticas que ouvimos ou simplesmente porque não atraem nossa atenção. 

Pode soar preconceituoso e muitos podem dizer que não faz sentido dizer isso, mas tenho uma lista de livros que não li e não vou ler. Tenho um grupo de amigas onde a gente usa essa imagem para falar dessa categoria:




Vou citar alguns deles e espero não ofender ninguém:


Saga Crepúsculo – Stephenie Meyer
Me julguem, mas a única explicação é: nunca senti vontade de ler. Nem quando vi várias amigas se descabelando aguardando o próximo livro, na época em que estavam sendo lançados, nem quando saíram os filmes, nem agora que já sei um pouco sobre a história. Simplesmente não quero ler.

Série Crossfire – Sylvia Day



Li os dois primeiros livros em 2012, do que, a princípio, seria uma trilogia. Depois veio a notícia de que a autora decidiu estender para uma série de cinco livros (o quinto foi lançado apenas esse ano). Desisti, perdi totalmente a graça pela leitura! Em minha opinião, soou bem mal que essa história tenha se prolongado tanto, principalmente porque a autora lançou outros livros nesse intervalo. A propósito, tenho visto críticas bem negativas de quem persistiu e leu todos os volumes da série.

Série Novas Espécies – Laurann Dohner


Os livros trazem personagens que surgiram de experimentos genéticos ilegais de uma indústria farmacêutica que combinou DNA de humanos com DNA de animais, criando uma nova espécie. Passo! Prefiro histórias com “gente de verdade”, não consigo me interessar pelo tema. Além disso, a série tem TREZE livros, o que desanima bastante. Até o momento apenas os dois primeiros foram publicados no Brasil (pela editora Universo dos livros).

Série Irmandade da Adaga Negra – J. R. Ward


Definitivamente, vampiro não é o tipo de personagem que me atrai. O fato de ser uma série que já tem treze livros (enooormes, por sinal) lançados no Brasil e a autora dizer que não pretende parar de escrevê-la, para mim já é motivo para manter distância. Sério, não consigo me imaginar “presa” por tanto tempo em um mesmo universo.

Livros de Stephen King


Já li livros de suspense e até alguns considerados de “horror”, mas definitivamente não tenho a menor vontade (ou seria coragem?) de ler as obras do cara que é considerado o principal nome do gênero. Sei lá, gosto de ler para me distrair, entreter, quero nada que vá me deixar com medo, impressionada, sem dormir... rsrsrs...

E vocês, também têm uma lista de livros que não pretendem ler nunca ou experimentam de tudo? Me contem nos comentários.

Beijos e até breve!








O Pai Morto, De Donald Barthelme

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“Morto, mas ainda conosco, ainda conosco, mas morto.”

Uma das características mais interessantes da literatura é o uso do imaginário para alterar uma realidade, ou seja, quando uma obra parte de imagens, palavras, símbolos que já trazem um certo horizonte para os leitores para transformá-los logo ao primeiro momento. Isto, em literatura se chama “horizontes de expectativas”, aquilo que esperamos e se relaciona com aquilo que lemos. O Pai Morto, neste caso, é um grande exemplo desta questão.

O Pai Morto, de Donald Barthelme, nos conduz, através do título, a ideia de que estaremos diante de uma narrativa sobre a relação entre pai e filho e, assim, nos vemos imaginando obras épicas sobre esta relação como Édipo, Carta ao Pai, Hamlet, entre outras. No entanto, quando abrimos as primeiras páginas percebemos que estamos diante de uma obra profundamente mergulhada em sua própria linguagem, como se a língua falasse antes da história.

O enredo é sobre a (não) vida de uma figura gigantesca, com uma perna mecânica, chamada Pai Morto. Pai Morto, essa figura mito-poética, está sendo levada por um grupo de humanos, Julie, Emma, Thomas, Edmund, para uma pretensa “fonte da juventude”.

O que mais impressiona na obra é este imaginário de um “pai”, em dimensões gigantescas e visto com uma espécie de Deus visto em sua via crucis, suas misérias de fim de vida. A ideia de “pai morto”, provavelmente parte da ideia de Nietzsche que, em sua filosofia afirmou que “Deus está morto” e nos deixou a nossa própria sorte com nossas escolhas. Assim, esses destroços de pai, essa sobra, esse resto, se torna um estorvo, um ser mimado, sem força, mas que ainda consegue magnetizar as pessoas. Este Deus, em seu (des)poder, afirma:

"Posso fazer qualquer coisa, desde que não seja importante."

A linguagem de Barthelme é quase sempre seca, de cortes rápidos, frases que não sabemos de quem fala e narrativas que passam pela linguagem do humor, da ironia e do jogo entre língua e história antes mesmo de nos contar um “enredo.” A passagem do Pai Morto pelas terras, as conversas com seus homens e o fim do seu trajeto é sempre acompanhado com a desconfiança de quem não entende se o que se lê é uma parábola ou uma há apenas o apontamento da linguagem para si própria. De caráter parabólico ou não – expondo a linguagem em seu limite, Donald Barthelme escreve uma intrigante obra da literatura americana. Um enigma que nos lançou braços literários, mas que não avançamos porque os enigmas servem para nos mostrar que o caminho nem sempre é para frente.

Leia as melhores frases de O Pai Morto no blog Notaterapia!




Mudança, de Mo Yan

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Essa é mais uma leitura do Projeto Viagem na Literatura, realizado com o Pausa Para Um Café! O país escolhido foi a China e eu, apaixonada pela Cosac Naify como sou, escolhi o livro Mudança, de Mo Yan, que foi publicado pela editora em uma edição pequena, mas muito elegante. 

O livro surgiu a partir de um convite de um convite feito por um editor italiano, que queria que Mo Yan relatasse a política e a sociedade chinesa da época, contudo, o autor não se sentiu à vontade e recusou o pedido tendo, em contrapartida, sido convidado a escrever sobre qualquer assunto que quisesse. 

Feito o trato, ele passou a relatar fatos marcantes que envolveram os seus primeiros anos de vida, a sua passagem pelo exército, as dificuldade que enfrentou para ingressar na Universidade, a frustração por nunca ter conseguido e, ainda, o surgimento do amor pela literatura. 

"(...) Daí se vê que a vida é cheia de mudanças, o acaso é que ata as pontas do destino. Tudo se encaixa de maneira estranha, bizarra mesmo, ninguém é capaz de prever essas coisas."
Com uma linguagem leve e fluida, o livro é envolvente e os capítulos, na medida em que descrevem acontecimentos da vida do autor, revelam, às vezes de forma sutil, às vezes de forma direta, diversos acontecimentos políticos da China e vários aspectos da sociedade. 

O interessante é que o título do livro revela muito sobre ele, afinal, a obra fala das mudanças de um homem e de um país. De forma sutil e elegante, as histórias contadas revelam a China dos anos 20 a partir do olhar despretensioso de um homem em processo de amadurecimento. 

Uma leitura gostosa e uma ótima oportunidade de conhecer um autor que venceu o Nobel de Literatura. 


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